O presidente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul revelou que o Plano Municipal de Emergência não foi ativado durante os incêndios porque está à espera de aprovação há vários meses.
Corpo do artigo
O fogo de S. Pedro do Sul consumiu 12 mil hectares, destruiu mais de duas dezenas de palheiros e cinco habitações. Mas o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil não foi ativado. E o distrital, tratando-se de um incêndio que consumia floresta entre os distritos de Aveiro e Viseu, também não.
"O Plano Municipal de Emergência de São Pedro do Sul não foi ativado porque está para aprovação na Autoridade Nacional desde dezembro", garante Vítor Figueiredo, presidente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul. Já sobre o Plano Distrital de Emergência que permitiria acionar outros meios, Vítor Figueiredo não encontra respostas para a sua não ativação.
"O comando de Aveiro estava preocupado com os muitos fogos e o de Viseu teria, penso eu, a mesma preocupação e não se terão lembrado". O autarca espera que "o inquérito pedido pelo Governo dissipe as dúvidas sobre o que correu mal no fogo".
Vítor Figueiredo está também preocupado com o futuro. "Para já, com o ordenamento florestal que precisa de ação imediata. Precisamos que o Estado mande técnicos para ajudar no ordenamento e que legisle no sentido de autorizar a entrada nos montes, por parte da Câmara, porque estando a serra em cinzas fica mais fácil fazer o ordenamento".
Com o outono a espreitar "sobram os problemas de eventuais desabamentos e de limpeza das áreas ardidas". Mas Vítor Figueiredo teme que "o incêndio deixe a serra sem vida e sem pessoas. Sem alimentação para o gado os pastores abandonam as terras e resta o problema dos madeireiros que irão despedir pessoas e abalar também".
A TSF já pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Proteção Civil e à Secretaria de Estado da Administração Interna.