Sabe interpretar rótulos? Associação ajuda cidadãos a ler prazos de validade dos alimentos
O que causa maior confusão às pessoas é a diferença entre as frases 'consumir até' e 'consumir de preferência até' presentes nos produtos, assinala a diretora de sustentabilidade da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição. À TSF, Cristina Câmara tira as dúvidas
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No Dia Mundial da Alimentação, que se assinala esta quarta-feira, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) lança uma campanha para ajudar os consumidores a ler corretamente os prazos de validade dos produtos de supermercado. A ideia é dar ferramentas que permitam aos cidadãos evitarem o desperdício.
A diretora de sustentabilidade da APED diz que a maior confusão continua a ser referente a duas frases: 'consumir até' e 'consumir de preferência até'. Em declarações à TSF, Cristina Câmara explica a diferença entre estes conceitos.
'Consumir até' é uma designação "que indica a data até à qual o produto deve ser consumido e, portanto, aplica-se normalmente àqueles produtos mais expressivos do ponto de vista microbiológico". É o caso da carne fresca, dos ovos, do queijo fresco, entre outros alimentos. "Expirada essa data, eles não devem ser consumidos", reitera.
"Mas depois temos datas que são chamadas durabilidade mínima, ou seja, são datas indicativas. O 'consumir de preferência antes de' é a data até à qual o alimento conserva as suas propriedades específicas. Significa que, após essa data, o alimento pode estar em perfeitas condições de ser consumido." É o caso do azeite, das batatas fritas e dos cereais que, "se forem respeitadas as regras de conservação", estarão em "ótimas condições" para serem consumidos após o prazo indicado no pacote.
Cristina Câmara sublinha também que é possível diminuir o desperdício alimentar. A APED propõe duas medidas relacionadas com a doação de produtos a instituições sociais após terminada a data de validade, mas que continuam bons para consumo.
"É possível ainda otimizar este processo, por um lado, alargando o leque de instituições que cumpram requisitos fiscais e, por outro, dando apoio a estas entidades que vão recolher os produtos alimentares às lojas, que, muitas vezes, não têm meios para o fazer", remata.