"Sabemos a missa a metade." Frente Cívica critica contratos por ajuste direto antes da JMJ
Para João Paulo Batalha, "o próprio evento torna-se um alçapão onde entidades públicas de toda a natureza conseguem por as despesas que quiserem".
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O vice-presidente da Frente Cívica, João Paulo Batalha, criticou esta sexta-feira as "más práticas" de contratação da administração pública, dado que a despesa do Estado para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) não para de crescer.
"Esse valor total para já apurado por 38 milhões de euros é muito provavelmente uma fração do custo total de dinheiro público que está a ser investido neste evento. Duvido sobre o custo da Jornada Mundial da Juventude (....). Sabemos a missa a metade", disse à TSF.
Sobre a notícia esta sexta-feira avançada pelo jornal Expresso, que dá conta que mais de 75% dos contratos foram realizados sem concurso público, João Paulo Batalha afirmou que "o próprio evento torna-se um alçapão onde entidades públicas de toda a natureza conseguem por as despesas que quiserem, pelas razões que quiserem, sem o mínimo de transparência e concorrência à margem da lei".
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"O que choca de facto é o regime de exceção que foi legislado de propósito para este evento, que faz com que a esmagadora maioria das despesas públicas seja por ajuste direto (...) Torna-se completamente impossível verificar se os preços foram os mais justos", sublinhou.
Dos contratos realizados para JMJ, metade foram celebrados nos últimos 30 dias, num valor aproximado de seis milhões de euros, 200 mil euros por dia. Entre os maiores gastadores estão o próprio Governo e as autarquias de Loures e Lisboa, sendo que a câmara liderada por Carlos Moedas já realizou 46 contratos através da SUR, empresa municipal de reabilitação, e a EGEAC, num total de quase 20 milhões de euros.
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A Jornada Mundial da Juventude acontece entre 1 e 6 de agosto, em Lisboa.