Números avançados pelo ministro da Defesa durante o debate, na especialidade, do OE2020. Gomes Cravinho diz que esta saída "vai afetar, direta ou indiretamente, sete das dez esquadras da Força Aérea".
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"É um processo bastante oneroso em termos de energia e com impacte financeiros" na Força Aérea, assume o ministro da Defesa ao estimar em 100 milhões de euros os custos da saída da base do Montijo.
"Isto significa uma reafetação do dispositivo da Força Aérea. Vai afetar direta ou indiretamente sete das dez esquadras da Força Aérea. Significa a saída dos helicópteros que estão atualmente no Montijo e que vão passar a estar em Sintra. Para dar espaço a isso, há necessidade de enviar os aviões de treino, de Sintra para Beja", explicou aos deputados João Gomes Cravinho.
"Calculamos o impacte orçamental desta movimentação, diretamente relacionada com o aeroporto complementar de Lisboa no Montijo, na ordem dos 100 milhões de euros", adiantou o ministro.
A verba não estava prevista no Orçamento de Estado para 2020 porque ainda "não havia certezas" sobre a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre o novo aeroporto de Lisboa e porque "não se trata de uma despesa normal de funcionamento", explicou Gomes Cravinho.
O ministro disse que este montante "terá que vir durante o ano 2020 para que a Força Aérea que possa proceder as obras que são significativas para levar a cabo toda esta movimentação", acrescentando que "isto precisa obviamente de ser acomodado no âmbito da relação entre o Estado e a entidade (Vinci) que gere o aeroporto complementar de Lisboa com quem o ministério das Finanças e o ministério das Infraestruturas e Habitação estão em permanente contacto e negociação.
A Agência Portuguesa do Ambiente confirmou ontem a viabilidade ambiental do novo aeroporto no Montijo embora impondo cerca de 160 medidas de minimização e compensação a que a ANA - Aeroportos de Portugal "terá de dar cumprimento", num custo estimado de 48 milhões de euros, de acordo com a nota da APA.