O antigo presidente do conselho de administração da TAP Manuel Beja afirma que agiu de "boa-fé e segundo a instrução da tutela".
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O antigo presidente do conselho de administração da TAP reagiu, na rede social LinkedIn, à auditoria da Inspeção Geral das Finanças (IGF) sobre a indemnização dada à ex-administradora Alexandra Reis. Manuel Beja não fala da sua substituição, mas admite que a saída de Alexandra Reis reflete problemas de governança na empresa.
"Esta saída, que tentei sem sucesso evitar, reflete problemas de governança na empresa. No entanto, foi aprovada pelo acionista, nesta matéria representado pela tutela setorial. A partir do momento em que essa indicação foi dada pelo representante do acionista, numa matéria que é da exclusiva responsabilidade deste, entendi que era minha responsabilidade fiduciária, como PCA, dar-lhe sequência, tendo presente a racionalidade económica apresentada e a legalidade confirmada pela sociedade de advogados contratada para o efeito, através da Presidente da Comissão Executiva", escreveu Manuel Beja.
O antigo presidente do conselho de administração da TAP sublinhou que agiu de "boa-fé e segundo a instrução da tutela". "Cumpri o meu dever de lealdade na implementação de uma decisão (a composição do CA) que é legitimamente tomada pelo acionista", afirmou.
No entanto, é agora claro, concluiu Manuel Beja, que "o conselho jurídico recebido e executado de boa-fé teve erros".
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"Neste momento em que o acionista decide mudar a composição do CA, e não tendo ainda analisado o relatório final da IGF, deixo uma palavra de profundo agradecimento e reconhecimento a todos os meus colegas, trabalhadores da TAP e membros dos órgãos sociais, cujo esforço e dedicação têm permitido tornar a empresa mais sustentável, e logo, com mais futuro", finalizou.
O relatório da IGF concluiu que o acordo celebrado entre a companhia e Alexandra Reis para esta deixar a TAP era nulo, pelo que a ex-administradora terá de devolver cerca de 450 mil euros.
Os ministros das Finanças, Fernando Medina, e das Infraestruturas, João Galamba, deram na segunda-feira uma conferência de imprensa onde anunciaram as linhas gerais das conclusões da auditoria da IGF e a exoneração do presidente do Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener, respetivamente.