Sala móvel de consumo de droga em risco de fechar. Bloco questiona Moedas e Temido
O Programa de Consumo Vigiado Móvel em Lisboa - o primeiro do país - arrancou em 2019, mas arrisca-se a fechar por falta de financiamento.
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Três anos depois de chegar ao terreno, está em risco, por falta de financiamento, o Programa de Consumo Vigiado Móvel em Lisboa, que tem servido as populações das freguesias de Arroios, Penha de França e Beato.
O alerta do Bloco de Esquerda (BE) já seguiu sob a forma de questões dirigidas ao Ministério da Saúde que tutela o SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências - e à Câmara Municipal de Lisboa, a quem a vereadora Beatriz Gomes apela para que garanta o funcionamento deste programa, até estar concluído o concurso para a atribuição de verbas, lançado pelo SICAD.
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"A Câmara deixou de financiar na expectativa que o SICAD assegurava o financiamento, o SICAD não está ainda assegurar o financiamento, ou seja, há um processo concursal e durante este período de tempo ficou um hiato em que as organizações que estão a assegurar ficaram dois meses sem nenhum tipo de financiamento", explica à TSF Beatriz Gomes Dias, lembrando que a Associação Médicos do Mundo e o Grupo Ativistas em Tratamento (GAT) "pagaram do seu próprio bolso" para garantir o funcionamento desta unidade.
A vereadora da Câmara de Lisboa estranha que a autarquia não tenha assumido a responsabilidade, enquanto não existem resultados do concurso do SICAD, sobretudo depois dos elogios que têm sido feitos aos serviços prestados pelo programa. "Além da garantia de que o consumo é feito de forma a não colocar em risco a vida destas pessoas", a unidade móvel disponibiliza "rastreios, testes rápidos HIV, hepatites B e C e sífilis e a disponibilização de preservativos, entre outras respostas fundamentais".
O Programa de Consumo Vigiado Móvel em Lisboa - o primeiro Programa de Consumo Vigiado do país e o único em formato móvel - nasceu em abril de 2019 através de um financiamento da CML, em parceria com o SICAD e a ARSLVT,
Além da "pressão" sobre Carlos Moedas, o BE enviou também um requerimento ao ministério da Saúde, onde questiona "por que razão o SICAD não acautelou nenhum tipo de apoio a este programa" e que solução tem para "impedir que o Programa de Consumo Vigiado Móvel seja interrompido."
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