"Salário médio está a colar ao salário mínimo." Bloco quer mudanças na lei do trabalho
Catarina Martins queria uma proposta de aumento do salário mínimo que chegasse aos 650 euros, mas está também preocupada com os salários médios.
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O Bloco de Esquerda tinha maior ambição para o aumento do salário mínimo nacional, mas Catarina Martins considera, ainda assim, positivo o aumento proposto pelo Governo e que acabou por ser rejeitado em Concertação Social.
A bloquista acreditava ser possível chegar aos 650 euros, mas enaltece a importância de aumentar também os salários médios. "O salário médio está a colar ao salário mínimo. Quer isto dizer que o salário mínimo está alto? Não. O salário mínimo está muito baixo", atira a coordenadora do Bloco de Esquerda.
Sobre a proposta do Governo de criar referenciais nos salários para os mais jovens, Catarina Martins garante que "não sabe o que isso significa" e que o problema dos salários dos trabalhadores só se revolve com mudanças significativas na lei do trabalho, reforçando que "para aumentar o salário médio do setor privado, o instrumento que nós temos é a legislação laboral".
No final de um encontro com a Fenprof, na Assembleia da República, Catarina Martins reiterou que o Bloco está "muito preocupado com a situação da escola pública" e admitiu concordar com a vontade dos sindicatos de professores de resolver a questão das carreiras pela via do diálogo.
Catarina Martins confirma que a Fenprof procura uma "solução negocial". "Temos um problema e podemos todos fazer de conta que está devolvido e não está: os professores nos Açores na Madeira com um regime e no continente com outro. [Houve] ultrapassagens... professores com mais anos de serviço que ficaram para trás em relação a professores com menos anos de serviço, porque o descongelamento que foi feito foi mal feito", explica.
Ainda sobre a reunião com o Governo sobre a preparação do Orçamento do Estado, a porta-voz do partido limitou-se a dizer que o diálogo ainda só agora começou e que o Bloco sempre disse ter disponibilidade para viabilizar o documento.
Catarina Martins esclarece que há "trabalho setor a setor, área a área" e que foram identificadas as áreas "mais complicadas, onde é preciso fazer mais trabalho e temos algum tempo para encontrar soluções".