Salário mínimo de 750€? CGTP quer aumentos para todos. Patrões pedem mais condições
O líder da CGTP, Arménio Carlos, quer ver aumentos salariais para todos os trabalhadores já em janeiro.
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Pouco depois de o primeiro-ministro anunciar que pretende que o salário mínimo nacional chegue aos 750€ até 2023, António Saraiva, da Confederação Empresarial de Portugal, defende que tal só será sustentável para as empresas caso haja uma "envolvente económica" que as proteja. Noutro plano, Arménio Carlos, da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), acredita que esta decisão é "uma base de partida para negociar", mas sublinha que é fundamental que haja ainda um aumento geral de 90 euros para todos os trabalhadores.
Em entrevista à TSF, o representante dos patrões diz ser necessária "uma envolvente económica que seja amiga do investimento, que promova esse mesmo investimento e que dê condições às empresas para elas desenvolverem as suas atividades, obterem melhores margens e, com essas melhores margens, poderem ter uma política salarial mais distributiva".
Entre essas condições, António Saraiva vinca, por exemplo, "uma redução ponderada dessa mesma carga fiscal consentânea com o equilíbrio das contas públicas - mas as folgas orçamentais que se possam obter serem também canalizadas para esses estímulos da redução da carga fiscal às empresas - a eliminação de algumas das tributações autónomas, criando esse imposto menos voraz do que ele tem vindo a ser nos últimos anos, ter licenciamentos mais expeditos e ter uma justiça fiscal que efetivamente funcione".
Já o líder da CGTP considera que é preciso ir mais longe e lembra que a proposta do sindicato é de 850 euros a curto prazo: "Parece-nos que foi importante o facto de termos avançado com este valor, porque despertou na sociedade a necessidade de se romper com o modelo de baixos salários e trabalho precário."
"Para além do salário mínimo nacional, é fundamental o aumento dos salários para todos os trabalhadores no próximo ano em cerca de 90 euros", reiterou.