Apenas 7% dos novos empregos pagam o salário mínimo nacional.
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Pela primeira vez o aumento do salário mínimo nacional não levou mais trabalhadores a receberem este salário. Um sinal positivo segundo um estudo feito pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Em abril de 2019 existiam 755,9 mil trabalhadores a ganharem o salário mais baixo previsto, por lei, para a economia portuguesa. Ou seja, menos 12 mil trabalhadores (-1,6%) que no mesmo mês de 2018.
"Esta tendência sugere", diz o documento, "que o crescimento do emprego tem ocorrido sobretudo nos escalões de remuneração acima do salário mínimo nacional, traduzindo‐se num decréscimo da sua incidência".
Aliás, os números confirmam a tendência anterior: nos primeiros quatro meses de 2019 apenas 7% do emprego criado pagava este salário o que representa uma evidente descida (24% em 2018 e 69% em 2017).
Os mais jovens com menos de 25 anos (34%) e as mulheres (25%) são os grupos que com mais frequência ganham o salário mínimo nacional, bem como quem estudou até ao 3º ciclo do ensino básico (29%).
Em quase metade dos casos (49%) o salário mínimo é pago por pequenas empresas com menos de cinco trabalhadores.
Por setores da economia, as empregadas domésticas são as que mais vezes ganham o salário mínimo (45%), seguindo-se os trabalhadores dos setores da agricultura, pecuária, caça, floresta e pesca (38%) e alojamento, restauração e similares (37%).
Desde janeiro o salário mínimo nacional definido pelo Estado chegou aos 600 euros sendo hoje pago a 22,4% da população emprega.