O valor de excedente apurado no conjunto dos nove meses foi de 6.594,2 milhões de euros, devido a um crescimento da receita total de 9,3% maior do que o aumento de 7,2% da despesa total.
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Portugal registou um excedente de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros nove meses do ano, em contas nacionais, acima dos 2,6% registados no período homólogo de 2022, divulgou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
"Considerando valores para o conjunto dos três trimestres de 2023, o saldo das AP [Administrações Públicas] foi positivo, representando 3,3% do PIB, registando-se uma melhoria deste indicador face a igual período de 2022 (2,6% do PIB)", avança o INE nas Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional.
Segundo a autoridade estatística, o valor de excedente apurado no conjunto dos nove meses foi de 6.594,2 milhões de euros, devido a um crescimento da receita total de 9,3% maior do que o aumento de 7,2% da despesa total.
Do lado da receita, destacam-se os aumentos de 7,9% na receita fiscal, de 10,6% nas contribuições sociais e de 11,4% na outra despesa corrente.
Já do lado da despesa, o INE salientou os aumentos percentuais dos encargos com juros (22,1%) e da despesa de capital (23,2%), tendo as prestações sociais e as despesas com pessoal registado um contributo apreciável para o crescimento da despesa.
Relativamente ao terceiro trimestre de cada ano, verificou-se uma melhoria do saldo quer em contabilidade nacional, quer em contabilidade pública.
No que diz respeito à contabilidade nacional no terceiro trimestre deste ano, o saldo das administrações públicas foi de 7,7% do PIB, face a 6,6% no trimestre homólogo.
O valor das injeções de capital e assunção de dívidas entre julho e setembro deste ano foi, na sua totalidade, destinado a entidades do setor das AP, sem impacto no saldo agregado. "Adicionalmente, tal como referido nas publicações anteriores, devido às medidas de pagamento fracionado de impostos e contribuições sociais tomadas no contexto da pandemia covid-19, que foram prolongadas no atual contexto do conflito geopolítico, foi feito um ajustamento na receita do período em que se gerou a obrigação de pagamento", sublinhou o INE.