"Salubridade da vida pública." CDS contra Centeno de "governante a governador"
Francisco Rodrigues dos Santos abre "convenção das direitas" com farpa para Mário Centeno defendendo um "período de nojo" de uma legislatura para poder vir a ser governador do Banco de Portugal. Líder do CDS vinca que direita precisa de um "líder agregador".
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Ainda ninguém confirmou oficialmente que Mário Centeno vai ser Governador do Banco de Portugal, mas o CDS chega-se à frente para mostrar que tal não pode acontecer. Francisco Rodrigues dos Santos é taxativo e "exige que a direita se indigne e não permita que o Ministro das Finanças passe de Governante a Governador".
Na abertura da 2.ª Convenção da Europa e da Liberdade (também conhecida pela "convenção das direitas"), o presidente do CDS sublinha que o partido defende "a limitação de mandatos para todos os cargos políticos eletivos" e tratará de "impedir que os governantes possam desempenhar, sem um período de nojo alargado, cargos onde beneficiem das suas próprias decisões ou onde a sua imparcialidade esteja comprometida".
A bem da "salubridade da vida pública", Francisco Rodrigues dos Santos sublinha que "quem quer deixar de ser jogador para passar a ser árbitro tem, pelo menos, de esperar pelo próximo campeonato, que é como quem diz, pela próxima legislatura".
Francisco Rodrigues dos Santos chega-se à frente para liderar a direita?
Para uma plateia com pouco mais de 50 pessoas, entre elas Carlos Guimarães Pinto (ex-presidente da Iniciativa Liberal) e Joaquim Sarmento (presidente do Conselho Estratégico Nacional do PSD), o líder do CDS vinca que a direita tem de crescer. Mais do que isso, precisa de um líder que agregue.
Se ele próprio aspira a esse papel, não o clarifica, mas as alianças têm de ser feitas nas eleições "regionais, presidenciais e autárquicas". "Mais do que federar, fundir ou coligar-se, o centro-direita tem de se reconhecer num líder agregador", nota Francisco Rodrigues dos Santos.
E para as eleições que se avizinham, o líder centrista defende alianças nas autárquicas, "em listas comuns, sempre que isso sirva o melhor interesse das populações e sempre que isso permita vencer a esquerda". Já no caso das presidenciais "procurando unir em lugar de fragmentar" e, nas legislativas, "construindo uma proposta de compromissos que ofereça aos portugueses uma sólida solução de governo".
"Que saibamos estar à altura, sob pena de, perdidos em agendas particulares, jogos de interesses ou golpes palacianos, saíamos mais enfraquecidos do que entrámos", apela Francisco Rodrigues dos Santos que não clarifica se se está a referir ao PSD. Mas a verdade é que o termo "golpes palacianos" já foi muito utilizado por Rui Rio.