O candidato presidencial diz que quer discutir "causas" e "ideia de futuro" para Portugal com os portugueses e com os partidos, mas que "há um tempo para tudo".
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"Há um tempo para tudo, esse tempo chegará, mas não é agora", diz António Sampaio da Nóvoa sobre os eventuais apoios partidários, cerca de um mês depois da apresentação da candidatura, no Teatro da Trindade.
O candidato presidencial defende, por isso, que, por agora, é, acima de tudo, necessário "ouvir" o que os portugueses têm para dizer e levar o que entende ser o "Portugal muitas vezes desconhecido" para dentro do discurso político da candidatura.
Em pleno dia Mundial da Criança, o candidato a Belém participou na inauguração de uma exposição de origamis feitos por crianças, na junta de freguesia de Alcântara, em Lisboa.
À margem das celebrações, em declarações à TSF, Sampaio da Nóvoa esclareceu a questão da ausência de apoios partidários à candidatura, em particular do Partido Socialista: "Eu estou a fazer o meu caminho e eu sabia que, tendo em conta a minha história de vida, o meu percurso e a marca de independência que quis imprimir a esta candidatura, desde o primeiro dia que eu tinha de fazer o meu caminho".
"Tinha que mostrar as coisas em que acredito, a maneira como penso exercer o cargo, as casas pelas quais me bato. É isso que eu estou a fazer. É isso que eu quero discutir com os portugueses e com os partidos também e, na altura própria, os partidos decidirão se estão comigo nessas causas, nessa ideia de futuro para Portugal. Há um tempo para tudo e esse tempo não é agora", acrescenta o professor universitário.
Durante a visita à exposição feita por alunos de várias escolas, e perante dezenas de crianças, Sampaio da Nóvoa falou de direitos e deveres, sublinhando que "são a mesma coisa". No mesmo edifício, o candidato presidencial visitou ainda o centro de convívio onde, diariamente, se reunem pensionistas e reformados da freguesia.
"Quero ouvir. Temos que ouvir mais" disse Sampaio da Nóvoa, questionado sobre o motivo da visita. "Vem ouvir as nossas lamentações?", questionou um dos utentes. "Não só lamentações, eu preciso muito de ouvir a maneira como as pessoas falam das coisas. É preciso ouvir muito, eu venho cá ouvir", insistiu o candidato, prometendo regressar para recolher mais algumas ideias.
À saída, Sampaio da Nóvoa insistiu na necessidade de "ouvir" e de que haja "proximidade" com as pessoas, porque, no entender do candidato a Belém, "há um dever de cuidar".
O país precisa de uma "magistratura do cuidado" e a população precisa de saber que "há alguém que cuida das coisas, mesmo que nem sempre possa encontrar todas as soluções", sublinha.