Profissionais das clínicas espalhadas pelo país já se tinham concentrado em Lisboa.
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Fecham todas as clínicas no país e na terça-feira o hospital em Lisboa. São 95 mil os beneficiários deste subsistema de saúde dos bancários que ficam apenas com o SNS. Os doentes internados em Lisboa já seguiram para hospitais públicos. Os trabalhadores ficam temporariamente despedidos.
Os profissionais das clínicas espalhadas pelo país já se tinham concentrado em Lisboa. O serviço de urgência do hospital dos Olivais fechou na sexta feira, por ordem da Direção-Geral da Saúde. Na terça-feira, dia 24 de março, fecha o resto.
À TSF, o dirigente do sindicato e do serviço de saúde dos bancários, Rui Riso, explica que "já não era possível manter as portas abertas. Temos de facto um problema. Com 13 profissionais infetados ainda conseguimos, mas hoje tivemos mais cinco com testes positivos".
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Rui Riso admite que também entre os doentes há casos de infeção, "cinco testaram positivo, ao todo são 24 que já seguiram para os hospitais Curry Cabral e Santa Maria, em Lisboa".
O administrador dos SAMS justifica que sem doentes os serviços não funcionam e por isso decidiu enviar para lay-off todos os funcionários. São 1200 profissionais de saúde e mais 300 administrativos que ficam despedidos pelo período de um mês, ao abrigo do regime de lay-off simplificado, decretado pelo Governo, precisamente para aliviar as empresas atingidas por esta crise.
No caso dos SAMS, Rui Riso reconhece que 30 dias é apenas um prazo indicativo, "o lay-off é renovável. Até o primeiro-ministro admitiu que isto pode durar até junho".
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Os sindicatos médicos estão juntos contra esta decisão de Rui Riso. O Sindicato Independente dos Médicos denunciou os primeiros casos de infeção em meados do mês, tal como a Federação Nacional dos Médicos - a 16 de março. Ambos criticaram a administração dos SAMS por obrigar médicos a continuarem a trabalhar, apesar de terem tido contacto com colegas infetados no hospital dos Olivais.
À TSF, Guida da Ponte, do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, afeto à FNAM, fala agora numa decisão "leviana". A sindicalista questiona o que vai ser feito aos doentes que estavam a ser seguidos no SAMS, nomeadamente os doentes que estavam a fazer tratamentos para o cancro.
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