Santa Casa Misericórdia de Lisboa suspende trabalho voluntário presencial mas garante assistência profissional a milhares de pessoas. Voluntários dão "apoio emocional" por telefone.
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A Santa Casa Misericórdia de Lisboa (SCML) suspendeu o voluntariado presencial enquanto a crise de saúde pública persistir: "O trabalho presencial está suspenso, para evitar contágio", explica à TSF a diretora da unidade de promoção do voluntariado da SCML.
Luísa Godinho explica que a SCML conta com "mais de 400 voluntários de forma regular", e que "até à pandemia, estes voluntários apoiavam milhares de pessoas: crianças, idosos, adultos, doentes", para além de darem "apoio a nível da cultura em diversos serviços e equipamentos da Santa Casa".
Agora, tal como grande parte da população, "os voluntários também estão nas suas casas. O que não foi fácil, porque eles percebem a necessidade das pessoas e têm ligações com elas, mas a orientação é no sentido de não contagiarem nem serem contagiados".
Luísa Godinho garante, no entanto, que a decisão da SCML não significa um congelamento completo das quatro centenas de voluntários, cujo trabalho "não está parado porque ainda que eles estejam em casa, mantém contacto telefónico com muitas pessoas, por exemplo, com pessoas idosas e isoladas".
A diretora da unidade de promoção do voluntariado da SCML sublinha ainda que "os voluntários complementam a ação dos profissionais", não os substituindo, e que os contactos telefónicos de quem oferece o seu tempo e energia sem retribuição acontece "mesmo com as pessoas que continuam a ser apoiadas com a ação social da Santa Casa, que continua no terreno com profissionais empenhados a ajudar quem precisa". "E os voluntários", enfatiza, "continuam, em casa, a dar apoio emocional a estas pessoas".
Luísa Godinho lembra que a SCML ajuda, entre outros, "crianças em acolhimento institucional, crianças e jovens a nível do apoio escolar, residentes em lares, pessoas isoladas", havendo "voluntários que fazem companhia também no domicílio, dão apoio aos doentes, dão apoio nas consultas nos dois hospitais da Santa Casa [Hospital de Santana na Parede e também no centro de reabilitação de Alcoitão], nas unidades de saúde da Santa Casa em Lisboa, e também na Cultura, na igreja de São Roque, na biblioteca e no centro de documentação".