Santarém planeia “floresta verde”, funicular, escadas rolantes e passadiços na ligação do planalto à planicie
Obras previstas no Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Santarém apresentado esta tarde de sexta-feira, como estratégia de longo prazo da autarquia
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Em ano de eleições autárquicas, a cidade das sete colinas delimitadas pela lezíria do Tejo, definiu como prioridades do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, avançar com a construção de um funicular no bairro de São Bento, com partida junto ao depósito da água municipal para ligar o planalto à Ribeira de Santarém, frente à estação ferroviária da CP.
Na apresentação do plano esta sexta-feira, o presidente da câmara de Santarém, João Teixeira Leite, realçou a importância da obra com o aumento do número de pessoas que vivem no concelho e se deslocam diariamente de comboio para ir trabalhar noutros locais e também com a utilidade que pode ter em termos turísticos, por estar de frente para o rio.
Noutra colina, o município tenciona ligar a zona da Rafôa ao vale do bairro de São Domingos através de uma solução pedonal, que poderá passar pela construção de uma escada rolante na colina, fomentado as deslocações pedestres.
Mais tarde, quando concretizar o plano de recuperação da zona ribeirinha, previsto lançar no dia da cidade, a 19 de março, está também prevista uma ligação do histórico jardim das Portas-do-Sol até ao rio, mas a solução ainda está em estudo, podendo passar, por outro funicular, ou simplesmente por passadiços de madeira.
Aliás, esta ultima solução está a ganhar relevância na ligação de outras encostas de ligação da cidade às zonas baixas, como é o caso, da zona do Sacapeito, até às Ómnias, que por sua vez, faz a ligação à antiga aldeia de avieiros das Caneiras.
No miolo da cidade, onde está o atual campo Emidio Infante da Câmara, onde se realizava a Feira Nacional da Agricultura antes de mudar para o CNEMA, os planos da autarquia passam por transformar o espaço numa “autêntica floresta verde” com sombras, cada vez mais importantes, face aos fenómenos de calor extremo que têm afetado a cidade nos últimos verões, tendo nesta altura, a autarquia obtido as devidas autorizações, para avançar com algumas demolições, como, o pavilhão desportivo do INATEL, do qual avançaram esta semana os trabalhos e já só restam os pilares.
A câmara não quer perder fundos comunitários para estes projetos já elaborados e reúne em breve com o governo para apresentar prioridades e avançar em várias frentes de um plano definido a 10 anos que João Teixeira Leite considera ser um documento estratégico e que conta com intervenções em vários domínios, desde a expansão das zonas pedonais no centro histórico, à criação de ciclovias e corredores ecológicos, à requalificação de espaços verdes, ou mais 8 docas para trotinetes, ou bicicletas partilhadas e à introdução das tais novas ligações mecanizadas entre o planalto e as zonas baixas da cidade.
O conjunto de medidas que pretendem reduzir a dependência do automóvel numa cidade que se percorre a pé em 15 a 20 minutos, prevê ainda o aumento da frequência e do número de autocarros na rede de transportes públicos, que o autarca diz “estar em conversações com o concessionário”, para que sejam veículos elétricos, mais pequenos, mais sustentáveis e amigos do ambiente e podem abranger mais 6 zonas de paragens, bem como, tendencialmente, trabalhar para uma oferta de passes gratuitos.
Com um parque escolar de 33 escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico, 2022 alunos, e 31 Jardins de Infância, 956 alunos, Santarém quer ainda criar zonas verdes e de acesso pedonal a esses estabelecimentos, de forma a que os encarregados de educação não transportem os alunos até “dentro da sala de aulas” ou que “só conheçam a cidade a partir do banco traseiro do carro dos pais” como descreveu durante a apresentação, a engenheira civil, Paula Teles coordenadora do estudo que levou à elaboração do Plano de Mobilidade urbana Sustentável de Santarém.
