Joana Freire é a autora do livro "Uma viagem que não conhecemos", sobre mulheres com condições de saúde que dificultam ou impossibilitam a gravidez.
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"A viagem que não escolhemos" é o livro que Eurico Reis, antigo presidente do Conselho Nacional de Procriação Assistida, e Cláudia Vasconcelos, presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade, vão apresentar esta quarta-feira perante a Assembleia da República. A obra inclui histórias de mulheres que nasceram ou ficaram sem útero, mas não desistem de ser mães.
Esta é também a história da autora, que descobriu aos 17 anos que nasceu sem canal vaginal e sem útero. Joana Freire vai, por isso, recorrer à ajuda de outra mulher, neste caso, a irmã, para poder tornar-se mãe.
Uma viagem que não escolheu mas que conhece bem. Joana Freire vai dar voz e deu palavras a uma dor inexplicável, ao contar histórias "de mulheres que nasceram sem útero, ou que, por uma doença oncológica ou outra lesão, tiveram de retirar o útero, ou também por questões de endometriose, e vários casos de mulheres que têm útero, mas cujo útero não consegue levar a gestação até ao fim".
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"Estas mulheres, apesar de terem útero, têm infertilidade inexplicada, porque o útero não está funcional", explica a autora, em entrevista à TSF.
No entanto, escrever sobre o conhecido pode ser uma tarefa hercúlea para quem passa pelos mesmos obstáculos: "São histórias de um cariz muito pesado. Há muita dor nas palavras, no texto."
"Quando recebia os testemunhos, acabava a leitura a chorar, porque havia neles uma grande carga emocional, de dor, porque, efetivamente, o mundo da infertilidade não é fácil", admite Joana Freire, que considera que "apenas quem passa por isso sabe o peso que tem nas nossas vidas".
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Por isso, o livro será apresentado no Parlamento, onde tantas decisões nacionais são formalizadas. "O objetivo do livro é dar a conhecer aquilo por que um casal passa, nestas situações", conclui a escritora.