"Ninguém vai para médico para ser rico." "São precisos novos protagonistas numa medicina a bater no fundo"

Quando Rui Nunes decidiu ser candidato a bastonário da Ordem dos Médicos, no verão passado, já havia outros candidatos no terreno, mas nenhum respondia ao perfil defendido pelo antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde.

Foi essa uma das razões que o fez avançar, e responder aos apelos que diz ter recebido de outros médicos.

Rui Nunes, que foi também membro da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida, diz que a medicina está a bater no fundo.

Audio audio TSF\audio\2023\01\noticias\03\x_rui_nunes_online Ouça aqui, na íntegra, a entrevista da TSF com Rui Nunes

Esse descontentamento que Rui Nunes tem encontrado nas visitas que tem feito a hospitais e centros de saúde de todo o país é particularmente notório nos jovens médicos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde, um serviço que está a caminhar para uma centralização, quando devia estar-se a descentralizar e a reforçar a autonomia de cada instituição.

"Aquilo que dizem todos os médicos, sobretudo os jovens médicos, é que não querem ser ricos. Querem ter, naturalmente condições para viver dignamente, mas querem, sobretudo autorrealizar-se profissionalmente", considera. "Porque quem escolhe a medicina não escolhe para ser rico. Escolhe, naturalmente para ter uma boa qualidade de vida, mas escolhe sobretudo porque é uma profissão honrada, digna, que serve as pessoas e que serve a sociedade."

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Diz Rui Nunes, que também é professor universitário, que o problema não é a falta de médicos.

Para resolver estes e outros problemas, o candidato sugere uma melhoria salarial e uma revisão das carreiras médicas, mas garante que a ordem, com ele, não deve ter um papel sindical.

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Apesar de se rever no papel desempenhado por Miguel Guimarães, o atual bastonário que cessa funções em janeiro, Rui Nunes defende a entrada em cena de novos protagonistas para os desafios do novo ciclo.

O candidato Rui Nunes tem 62 anos.

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Formou-se como otorrinolaringologista, mas, nas últimas décadas, tem feito muito trabalho sobre a ética e a bioética.

É um dos seis candidatos a bastonário da Ordem dos Médicos, nas eleições marcadas para a semana entre 10 e 19 de janeiro.

Além de Rui Nunes, candidatam-se Alexandre Valentim Lourenço, Bruno Maia, Carlos Cortes, Fausto Pinto e Jaime Branco.

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