Caso o Governo "continue a ignorar" as reivindicações destes profissionais, Ricardo Cunha diz à TSF que os protestos vão avançar para a "porta" das autarquias. "Ainda não vieram a público dizer de que lado é que estão: do Governo, que pretende legalizar a escravatura, ou dos sapadores-bombeiros", atira
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Os sapadores-bombeiros vão avançar com uma manifestação nacional no dia 15 de janeiro em frente à Assembleia da República. A decisão vai ser anunciada nesta manhã de sexta-feira, após o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) não ter obtido resposta do Governo, avança o dirigente Ricardo Cunha à TSF.
A estrutura sindical tinha dito ao Executivo liderado por Luís Montenegro que reabrisse as negociações até esta sexta-feira, dia 20 de dezembro. Até agora não há sinal de resposta e reunidos na noite de quinta-feira decidiram avançar com este protesto.
Vamos marcar uma manifestação nacional para dia 15 de janeiro em frente à Assembleia da República. Também vamos marcar greve para esse dia, mas será apenas a serviços que não estão relacionados com o socorro. Nós não somos irresponsáveis como o Governo. A greve é só para garantir que os nossos colegas que tenham formação ou que tenham testes ou outra coisa possam também se deslocar à manifestação, porque também têm direito a protestar contra o Governo.
Mas o descontentamento pode não ficar por aqui. Caso o Governo "continue a ignorar e a faltar ao respeito" a estes profissionais, eles avançarão para os municípios que têm "a sua parte de responsabilidade".
"Também ainda não vieram a público dizer de que lado é que estão: se estão do lado do Governo, que pretende legalizar a escravatura, ou se estão do lado dos sapadores-bombeiros", assinala ainda Ricardo Cunha.
A forma de protesto seria a mesma — "à porta das câmaras municipais" —, e começariam logo "pelas maiores" autarquias, em particular Lisboa.
Os sapadores-bombeiros contestam o subfinanciamento crónico das associações, a falta de uma carreira e estatuto remuneratório, a atualização dos seguros, entre outras reivindicações.