Sapadores de Lisboa iniciam mês de greve. Idade da reforma é a luta principal
Bombeiros defendem que não é possível prestar socorro "de qualidade" se forem obrigados a trabalhar até às idades propostas pelo Governo.
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Os Sapadores Bombeiros de Lisboa iniciam esta noite uma greve de um mês para contestar a proposta de regulamentação do estatuto do bombeiro profissional, assegurando apenas serviços mínimos, anunciou hoje o Sindicato dos Trabalhadores do município (STML).
A paralisação, com serviços mínimos para o concelho de Lisboa, teve início às 20h de hoje e irá prologar-se até às 00h do dia 5 de julho, segundo refere, em comunicado, o STML.
Em declarações à TSF, António Pascoal, do STML, explica que a idade da reforma é a luta principal dos bombeiros, que querem que seja diminuída. A proposta do Governo prevê que os bombeiros se reformem entre os 58 e os 60 anos.
"Vamos exigir apenas que nos mantenham a idade da reforma que tínhamos e que era a reforma que permitia que os bombeiros continuassem a prestar um serviço de qualidade à população. Até às idades que os bombeiros têm de trabalhar, é impossível prestar um socorro de qualidade - ou mínimo - à população", explica o representante.
Entre as queixas dos bombeiros está também a falta de proteção que dizem sentir por parte do Governo.
"Este Governo não tem estado a ouvir-nos, tem estado a legislar à revelia e contra os bombeiros. O Governo permite que, no diploma que conhecemos, esteja a possibilidade de tornarem os bombeiros num trabalho de escravo, ou seja, que a entidade patronal possa obrigar os bombeiros profissionais a trabalharem as horas que forem necessárias sem qualquer compensação para esse efeito. Voltamos a ter a escravatura na função pública portuguesa, neste caso nos bombeiros", atira António Pascoal.
Esta ação de protesto dos sapadores bombeiros prevê, igualmente, uma greve à prestação de trabalho suplementar fora da área territorial do município de Lisboa, sem serviços mínimos, neste caso, entre hoje e o dia 15 de setembro.