"Sardinhas em lata e sem o mínimo de condições." Autarca do Seixal recusa que situação da Fertagus esteja "mais estabilizada"
À TSF, Paulo Silva insiste que é preciso dar uma resposta mais eficaz ao excesso de procura na Fertagus, até porque não há "o mínimo de condições". O ministro das Infraestruturas diz que a situação "está estabilizada", algo que o autarca do Seixal não concorda
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O presidente da Câmara do Seixal insiste que os passageiros da Fertagus continuam a viajar nos comboios como “sardinhas em lata” e a sofrer com as mudanças que foram feitas, contrariando o ministro das Infraestruturas que, esta quarta-feira, assegurou que a “situação está mais estabilizada”.
“Ninguém fica em terra, é verdade, mas o vê-se o modo como o serviço é feito”, afirma à TSF o autarca Paulo Silva, acrescentando que as pessoas se empurram para dentro do comboio e viajam “completamente apertadas”.
“O serviço enche de tal modo que as pessoas vão como sardinhas em lata, completamente apertadas e sem o mínimo de condições.”
Paulo Silva sublinha que a Fertagus continua com “um excesso de utilizadores” e insiste na necessidade de resolver esta procura.
Em dezembro, a Fertagus alterou os horários dos comboios entre as duas margens do Tejo, passando a ter uma periodicidade de 20 minutos nos dois sentidos, no âmbito do alargamento do contrato de concessão da Fertagus por seis anos e meio, até 31 março de 2031.
Até então, a circulação era feita de 30 em 30 minutos nos dias úteis e de 60 em 60 minutos aos sábados, domingos e feriados.
Contudo, os utentes queixam-se que a alteração introduzida não foi acompanhada de um reforço de carruagens, havendo relatos de passageiros de estações dos concelhos de Almada e Seixal (Coina, Fogueteiro, Foros de Amora, Corroios e Pragal) de não conseguirem lugar no horário que habitualmente usavam.
O Governo avançou estar a avaliar “todas as possibilidades no mercado” para melhorar a curto prazo o serviço nos comboios da Fertagus entre Setúbal e Lisboa. Já esta quarta-feira, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, afirmou que a CP “não encontrou meios” para ceder material circulante à Fertagus.
