O presidente executivo da SATA, Luís Rodrigues, espera dureza de Bruxelas na aceitação dos termos do plano de reestruturação da empresa.
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Luís Rodrigues, numa entrevista ao TeleJornal da RTP-Açores confessa que "vai haver uma conversa muito franca, aberta, transparente, honesta inteligente e dura", com a Comissão Europeia.
"Aquilo é um processo negocial e como tal não podemos estar à espera e chegar lá e ver tudo aprovado como gostaríamos. A Comissão tem tentado ajudar o mais possível, tem sido extremamente construtiva, tem-nos dado casos de outros processos na Europa, com condições mais ou menos parecidas que nós podemos concentrar-nos em estudar", adianta o presidente da SATA.
Questionado sobre as alterações que Bruxelas pode querer introduzir, Luis Rodrigues admite que "o cardápio é conhecido: à partida a Comissão tem o bom senso e nesta altura perante as condições que estamos a viver agora ninguém antecipa decisões radicais" mas, "pode haver discussão à volta de rotas, de destinos, de frota, de massa salarial".
Apesar de admitir que o problema da SATA não está na despesa com recursos humanos, vai haver um corte de 20% na massa salarial nas contas da empresa.
Parte desse corte reflete-se em 10% de quebra do salário; uma medida aplicada apenas à diferença para um limiar de 1200 euros brutos. Ou seja, quem ganha 1300 euros, os 10% de quebra aplicam-se a 100 euros,
O plano prevê ainda "a saída de 10% das pessoas até 2023" através de um cenário de reformas antecipadas e rescisões amigáveis.
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O principal problema da companhia
Para Luís Rodrigues, "o principal problema da companhia tem sido que os aviões voam metade daquilo que deviam voar" e para tornar mais eficiente a frota da companhia Azores Airlines (que faz os voos internacionais e para o continente) vai passar de 9 para 7 aeronaves.
É a Azores Airlines que faz os voos directos do Pico, Faial e Santa Maria para Lisboa, estes são voos que, apesar de deficitários, vão continuar. Mas, o presidente da SATA não excluiu que a regularidade destas linhas possa ser mexida.
E para estas rotas deficitárias Luis Rodrigues continua a defender que as indemnizações compensatórias tem que ser aceites por Bruxelas.