Saúde e turismo. O que dizem os candidatos na Madeira sobre os maiores problemas
Na saúde, os candidatos apontaram problemas como as listas de espera, a falta de médicos de família e a situação profissional dos enfermeiros.
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A grande queixa da população é a área da saúde. Há mais de 100 mil pessoas sem médico de família no arquipélago, e as listas de espera arrastam-se em várias especialidades.
Miguel Albuquerque anunciou o lançamento do concurso para o novo hospital, e considera que o cenário não é assim tão negro." A taxa de cobertura dos médicos de família é cerca de 70%. No país, cerca de 700 mil portugueses não têm. Em 47 centros de saúde, temos 29 com cobertura", argumenta, em declarações à TSF, o candidato pelo PSD para a região autónoma.
"Estamos a contratar médicos de família. Contratámos, neste mandato, 296 profissionais, e, à medida que vamos fazendo mais contratações, vamos tendo mais abrangência", acrescenta.
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Miguel Albuquerque salienta mesmo que "este é um trabalho muito importante, porque os cuidados primários de saúde são essenciais".
O adversário Paulo Cafofo, pelo PS, ouvido pela TSF, deixa a promessa de investir maiores fatias de dinheiro no setor. "Para resolver as listas de espera que temos, precisamos de injetar, nos próximos seis anos, 75 milhões de euros, de forma a deixar de estar a gerir uma crise permanente na saúde."
Paulo Cafofo não tem dúvidas de que é necessário gerir com "mais eficácia", e sugere a criação de incentivos à contratação de médicos e enfermeiros, especialmente de anestesistas, uma das maiores carências que o socialista aponta.
Até ao momento, os incentivos regionais aos profissionais de saúde não têm sido suficientes, e a abertura de hospitais privados não contribui para a recuperação do serviço público.
Abrandamento do turismo obriga a plano b
Numa região cujos rendimentos provêm, em larga medida, do turismo, sentem-se as quebras nas dormidas e nas receitas. A sombra do Brexit já afastou mais de 16% dos turistas britânicos, e a procura alemã também baixou, devido ao abrandamento da economia.
Sucedem-se ainda as companhias aéreas que deixam de parar em solo madeirense. A Thomas Cook, um operador turístico britânico que representa cerca de um terço das operações na Madeira, está em falência.
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Para o presidente do Governo regional, é preciso procurar novos turistas: "Estamos a começar a trabalhar no mercado norte-americano. Temos sempre alternativa, e estamos a fazer esse trabalho."
A aposta do candidato do PS, Paulo Cafofo, é semelhante. "As verbas destinadas à promoção da região da Madeira são baixas face àquele que deve ser o investimento", critica. Além disso, o socialista considera que devem ser criados "incentivos para atrair rotas diretas" e um plano de contingência. "O nosso aeroporto tem tido bastantes condicionantes devido às condições de vento. O Governo regional deve congregar diversas entidades e acertar uma forma de diminuir este impacto negativo, que começa por utilizar o aeroporto de Porto Santo", alvitra o candidato.