A saúde vai ter uma discriminação positiva em próximas restrições orçamentais, disse Paulo Macedo, adiantando que o Governo considera o SNS «essencial» ao Estado Social.
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«A saúde será protegida dentro destas restrições orçamentais, dentro destes ajustamentos que temos que fazer haverá uma discriminação positiva», declarou o ministro aos jornalistas, no final de uma conferência sobre financiamento em saúde que decorre hoje em Lisboa.
Paulo Macedo avisou, contudo, que há áreas que terão de ser alteradas ou reduzidas, sublinhando que o atual sistema é demasiado centrado nos cuidados hospitalares.
Para alterar um sistema «hospitalocêntrico», o ministro considera necessário deslocar financiamento das urgências e dos cuidados agudos para a prevenção e os cuidados primários.
«Todos dizemos sistematicamente que precisamos de reforçar os cuidados primários. Se não fizermos reduções na parte hospitalar, ou seja, transferências de doentes de uma área para a outra, este sistema não conseguirá ser sustentável», avisou.
Para o ministro, há áreas dentro da saúde que vão necessitar de um financiamento crescente, enquanto outras vão ver uma redução.
Aliás, durante a intervenção na conferência promovida pelo jornal Diário Económico, o governante referiu várias vezes que é necessário «deslocar financiamento» para os cuidados primários, mostrando que esta é uma área em que a despesa poderá ter de subir.
Pelo contrário, há outros aspetos em que Paulo Macedo acredita que a eficiência e racionalização ainda não estão esgotadas, exemplificando com a compra de dispositivos médicos nos hospitais portugueses, que chegam a ter diferenças de preços de 100%.