Schulz elogia Governo português por «não se esconder atrás da troika»

Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro português, em Lisboa, Martin Schulz manifestou-se solidário para com Portugal, que descreveu como um país que se encontra «numa situação deveras difícil», mas «num bom caminho, depois dos sacrifícios imensos que tem feito».

Schulz fez ainda uma referência à posição assumida pelo presidente do Eurogrupo a favor de um sistema que recompense os países que cumprem os seus objetivos.

«Eu estou inteiramente de acordo com Jean-Claude Juncker quando ele diz que nós necessitamos de fazer uma distinção específica dos países, respeitando às condições específicas desses países, e isso é válido para a Irlanda, e com certeza é válido também para Portugal», sublinhou.

O presidente do Parlamento Europeu deixou estas mensagens depois de ter estado reunido durante cerca de uma hora com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, na sua residência oficial, em São Bento, Lisboa.

«Eu gostaria de exprimir ao Governo e a todos os seus responsáveis políticos um elogio. Este elogio consubstancia-se no seguinte: o Governo português não se esconde atrás de instituições como a União Europeia, como o Fundo Monetário Internacional ou a 'troika', não, o Governo português assume publicamente as suas responsabilidades como ator importante que é, para que assim possam ser tomadas todas as medidas necessárias na situação em curso», afirmou Martin Schulz, de acordo com a tradução simultânea de alemão para português.

O presidente do Parlamento Europeu defendeu que «faz parte da transparência democrática que as instituições assumam aquilo que preconizam, assumam as suas ações».

Martin Schulz, que é também dirigente do partido social-democrata alemão, contou que discutiu várias medidas com Passos Coelho e que os dois têm muitas vezes opiniões divergentes, mas frisou que respeita a opinião do primeiro-ministro português.