"Se alguém pensa que reage à requisição civil como reagiu aos serviços mínimos, está enganado"
Vieira da Silva alerta motoristas para as consequências de uma greve mais radical. Governo admite estender requisição civil.
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O ministro do Trabalho e da Segurança Social alerta para as consequências de um cenário de incumprimento da requisição civil, declarada esta segunda-feira pelo executivo, após um Conselho de Ministros.
De acordo com o Governo e com a ANTRAM, os serviços mínimos decretados no início da paralisação foram violados, o que levou o executivo a avançar para uma requisição civil parcial.
Em entrevista à RTP3, o ministro Vieira da Silva sublinhou que as consequências podem ser graves em caso de incumprimento.
"A requisição civil é uma medida muito pesada e que normalmente tem efeito, do ponto de vista de ajudar a resolver os problemas. (...) Há quem possa pensar que não há consequências. Mas haverá. Tem que haver, senão é o próprio poder do Estado que é posto em causa. Se alguém pensa que reage à requisição civil como reagiu aos serviços mínimos, está enganado, porque o quadro legal das duas figuras é diferente", alertou o ministro.
O ministro exigiu às partes envolvidas no conflito que cheguem a um entendimento e também admitiu que, caso seja necessário, o Governo pode alargar a requisição civil a outros locais, onde os trabalhadores estejam a infringir os serviços mínimos.
Na SIC Notícias, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes seguiu o mesmo argumento: violar os serviços mínimos e a requisição civil "é um crime de desobediência".
"É um crime de desobediência. As empresas têm de identificar os trabalhadores, que tendo sido chamados para cumprir os serviços mínimos não o fizeram e que depois as instituição judiciais vão ser informadas disso mesmo", referiu o ministro.