Se está indignado com o "extermínio" em Gaza, às 20h00 participe na "Panelada Nacional pela Palestina"
"É mesmo preciso que a sociedade civil acorde, desperte, se revolte e se manifeste para que o nosso Governo represente Portugal condignamente e a comunidade internacional possa fazer alguma coisa pelo extermínio do povo palestiniano que está a acontecer", urge Isabel Ribeiro, participante da iniciativa
Corpo do artigo
Perante a grave crise humanitária vivida no enclave palestiniano, um movimento de cidadãos, em colaboração com diversas organizações, pede aos portugueses um protesto simbólico: chamam-lhe "Panelada Nacional pela Palestina" e, como o próprio nome indica, o objetivo é que, a partir desta sexta-feira, às 20h00, a população possa fazer barulho a partir de casa — à janela, à porta ou na varanda —, com recurso a panelas.
É uma forma de demonstrar a solidariedade com os palestinianos atingidos pela fome extrema e de pressionar os Governos para empurrarem Israel a acabar com o bloqueio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
"Eu já tenho tudo. Estou bater em panelas há dois dias", quem o diz é Isabel Ribeiro, diretamente do Porto, que aos 60 anos já começou a treinar. Pede agora que se juntem à iniciativa, com a respetiva louça de cozinha, que começa já na noite desta sexta-feira.
"À hora do jantar, às 20h00, durante dois minutos diariamente bater em panelas", explica.
Perante o que vê, ouve e lê todos os dias sobre o que está a acontecer na Faixa de Gaza, Isabel não consegue desviar o olhar.
É mesmo preciso que a sociedade civil acorde, desperte, se revolte e se manifeste para que o nosso Governo represente Portugal condignamente e a comunidade internacional possa fazer alguma coisa pelo extermínio do povo palestiniano que está a acontecer.
Mas o pedido ecoa diretamente da Palestina. "Há uma jornalista palestiniana que pediu ao mundo inteiro para o fazer e nós tomamos a iniciativa aqui em Portugal de tentar tornar isto grande e nacional. Eu tenho 60 anos e recordo-me quando foi a libertação de Timor: a sociedade civil uniu-se e foi uma mensagem muito bonita que passamos ao mundo", conta.
'Se já conseguimos, poderemos repetir' é o lema de Isabel Ribeiro, cansada de segurar em silêncio tanta indignação.
"Muitas vezes as pessoas estão em casa e não sabem o que fazer, nem como fazer: bater a sua frustração e raiva nas panelas com força para que sejamos ouvidos", exemplifica.