"Sou chefe de Estado, se fosse cidadão, não iria." Marcelo justifica presença no funeral de Bento XVI
O Presidente da República considera que o Estado português deve estar representado no funeral do papa emérito.
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Marcelo justifica a viagem para o Vaticano para marcar presença no funeral do Papa emérito Bento XVI, na quinta-feira, em Roma, com o facto de Portugal organizar a Jornada Mundial da Juventude.
"Terá de se representar o Estado português por uma razão muito simples: Portugal vai organizar cá a Jornada mundial da Juventude. Esse é um facto muito relevante nas relações com a Igreja Católica e a Santa Sé, e tem uma projeção universal. Só por si, esse facto justifica que eu lá vá", defendeu em declarações aos jornalistas à chegada a Lisboa, depois da visita oficial ao Brasil, onde marcou presença na tomada de posse de Lula da Silva.
"Tanto quanto sei a Santa Sé trata em pé pela igualdade todos os chefes de Estado. Sou chefe de Estado, sou tratado como chefe de Estado. Não é o cidadão que lá vai. Se fosse o cidadão, não iria lá, obviamente", aponta.
Os Presidentes da República dos vários países foram autorizados a estar presentes nas exéquias de Bento XVI, mas não foram oficialmente convidados.
O Presidente da República alemão, Frank-Walter Steinmeier, estará presente no funeral enquanto representante do país natal de Joseph Ratzinger e também a primeira-ministra e o Presidente da República italianos participarão nas exéquias, dado a relação de proximidade com o Vaticano.
Outros chefes de Estado e de Governo que queiram assistir às cerimónias fúnebres de Bento XVI poderão fazê-lo, mas a título pessoal, indicou o Vaticano.
Já os embaixadores estrangeiros no Vaticano foram oficialmente convidados para a missa do funeral, embora não seja do protocolo fazer convites oficiais a entidades estrangeiras tratando-se de um Papa retirado.
Bento XVI, que morreu dia 31 de dezembro aos 95 anos, encontra-se em câmara ardente na basílica de São Pedro. O funeral tem lugar na próxima quinta-feira, oficiado pelo seu sucessor, o Papa Francisco.
O Papa emérito será depois sepultado na cripta da basílica de São Pedro, onde se encontram muitos outros pontífices da Igreja Católica.