Greve por tempo indeterminado que começa a 12 de agosto promete afetar o abastecimento às grandes superfícies, à indústria e serviços, podendo faltar alimentos e outros bens nos supermercados.
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O impacto da greve de motoristas na distribuição alimentar é "inegável", admite a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).
Em declarações à TSF, o diretor da APED, Gonçalo Lobo Xavier admite que em caso de greve a capacidade de resposta da Associação é diminuta.
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"Se os serviços mínimos forem garantidos também conseguimos garantir também um abastecimento relativamente normal, mas é imprevisível por quanto tempo. São operações com uma base quase diária que vão ser perturbadas."
A APED procura ainda evitar a paralisação dos motoristas em reuniões com a ANTRAM e com o Governo, tentando também ajudar a estabelecer os serviços mínimos no setor da distribuição
"Estamos a fazer uma avaliação de risco, do que pode acontecer (...) se houver uma perturbação prolongada é inegável que o abastecimento vai sofrer."
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Os sindicatos dos motoristas que entregaram um pré-aviso de greve com início em 12 de agosto reúnem-se esta quarta-feira na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para planificar os serviços mínimos.
O pré-aviso do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) para a greve com início em 12 de agosto propõe serviços mínimos de 25% em todo o território nacional, enquanto na greve de abril eram de 40% apenas em Lisboa e Porto.
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Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.
Estes sindicatos acusam a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) de já ter aceite este acordo e de agora estar a voltar atrás na decisão, o que a ANTRAM desmente.
Segundo fonte sindical, existem em Portugal cerca de 50.000 motoristas de veículos pesados de mercadorias, 900 dos quais a transportar mercadorias perigosas.