"Se isto continuar, vamos passar fome." Pescadores do Porto parados por causa do temporal
À TSF, Gustavo diz que, para já, só está previsto que a atividade esteja parada esta semana, mas "para outra já dá mau tempo outra vez".
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A depressão Aline está a criar inundações e a fazer estragos um pouco por todo o país, mas há um setor que foi mesmo obrigado a parar a atividade por causa do temporal.
Gustavo é pescador na cidade do Porto e, por causa do temporal provocado pela depressão Aline, o seu único trabalho é retirar a água dos barcos que estão parados.
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"Não ganhamos dinheiro, não fazemos nada", lamenta o pescador em declarações à TSF, que estava na margem do rio Douro, na Cantareira, onde tratava do seu pequeno barco.
Gustavo estava junto a um pequeno barco a motor, chamado "Rúben e Gustavo", mas não é naquela embarcação que vão para o mar pescar: "Este é para ir buscar os outros barcos que nós temos para ir para o mar."
Gustavo explica que, ao todo, são quatro pescadores que não têm trabalho e, consequentemente, não têm rendimentos. "Se isto continuar vamos passar fome", desabafa o pescador portuense.
Para já, só pararam esta semana, mas o futuro não parece ser solarengo: "Para já, ainda só não vamos para o mar esta semana, mas para outra já dá mau tempo outra vez."
Sem ir para o mar, o trabalho passa por limitar danos, para que os prejuízos não sejam ainda maiores.
"Temos de tirar água dos barcos. Tinha muita água", conta Gustavo.
Não acontece só com o Gustavo, mas com muitos outros pescadores da zona e um pouco por todo o país. Junto ao pequeno barco de Gustavo estavam mais alguns, pelo menos dez, presos por fortes cordas junto à margem e à espera que o tempo melhore.
Árvore caiu na rua Dom Pedro Menezes
Uma árvore caiu esta quinta-feira na rua Dom Pedro Menezes, na União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, tendo atingido uma viatura, o que obrigou ao corte do trânsito no local.
Na cidade do Porto, às 17h00, a Proteção Civil tinha registado 177 ocorrências, das quais 119 foram inundações e 19 devido a quedas de árvores.
A Câmara Municipal do Porto instalou baias na orla costeira, de forma a que as pessoas não se aproximem do mar.