O almoço desta terça-feira foi diferente para cerca de 150 pessoas carenciadas do Porto. O Exército juntou-se ao Mercado Solidário de Natal da Universidade do Porto e cozinhou para quem precisa.
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Os militares montaram cozinhas de campanha no exterior do Pavilhão Rosa Mota, nos jardins do Palácio de Cristal, onde também instalaram postos médicos e serviços de barbearia. Para muitas pessoas que aqui vieram esta foi a única refeição do dia.
De tabuleiro na mão, faziam fila para recolher a massa à lavrador e a sopa confecionada pelos militares. Antes, quase 5 quilos de carne de vaca, 22 quilos de miúdos de frango, de entrecosto, 30 quilos de couve portuguesa, 15 de batata e outros tantos de cenoura, grão-de-bico e massa... entre muitos outros ingredientes... estiveram na cozinha de campanha.
Uma refeição quente, com um sabor especial. "Vivo da solidariedade destas pessoas. NO quarto hoje tinha para comer uma lata de atum e um pão que me deram. Se não fosse esta refeição só tinha atum".
Foram oferecidas mais de 100 refeições, as mesas estavam alinhadas no interior do Pavilhão Rosa Mota, desconhecidos partilhavam mesa e trocavam palavras. "Estou muito contente, é um dia diferente, de muita alegria".
Além da refeição, o exército instalou um posto médico, com exames e consultas gratuitas para todos. João Machado é o responsável pelos cuidados de saúde. "Um tratamento farmacológico, uma ferida ou lesão... podemos fazer esses tratamento".
Este almoço marca o encerramento do Mercado Solidário da Universidade do Porto. O pró-reitor, Fontes de Carvalho, diz que a experiência é para repetir. "A solidariedade não é só no Natal, mas o ano todo".
Um almoço solidário a poucos dias do Natal, que para muitos dos que aqui vieram vai ser passado na solidão. "O Natal vai ser às 8h vou tentar apanhar a primeira refeição, depois vou ver se apanho farrapo velho. A seguir vou deitar-me e esperar que o tempo passe".