Foi Francisco George, diretor-geral da Saúde, quem reconheceu que a situação na África Ocidental está descontrolada. O continente europeu está, por isso, vai exposto ao contágio.
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As autoridades portuguesas estão atentas, mas, por agora, não vão elevar o nível de alerta do vírus ébola. No Parlamento, o diretor-geral da DGS admitiu, no entanto, elevar o nível «se houver problemas na Guiné-Bissau. O risco, nesse caso, é naturalmente importante para nós devido às ligações estreitas entre os dois países», afirmou Francisco George.
Amanhã mesmo, ele parte para a Guiné-Bissau com o presidente do INEM. Os dois responsáveis vão oferecer ajuda ao país se vier a ser atingido pelo vírus do ébola, no âmbito da missão da ONU.
Francisco George diz que o país está a analisar diariamente a situação e que está preparado para alterar procedimentos se tal se justificar. O director-geral da Saúde revela, ainda, que tem estado em contacto permanente com os ministérios da Administração Interna e da Defesa, no caso de ser necessário repatriar rapidamente portugueses das zonas mais afectadas.
Na Comissão Parlamentar de Saúde, Francisco George não escondeu no entanto, que neste momento, a Europa corre mais riscos de contágio do ébola. A confissão surgiu durante a audição do diretor-geral da Saúde perante os deputados.
O vírus mortal está a espalhar-se nos países da África Ocidental de uma forma descontrolada e isso, explica Francisco George, «contribui para um aumento do risco do continente europeu». Ainda assim, o director-geral da Saúde afasta um cenário idêntico ao de África na Europa. Francisco George garante que nada indica que tal se venha a verificar.