Joaquim Pais Jorge demitiu-se do cargo de Secretário de Estado do Tesouro na sequência da polémica com o caso 'swap', segundo um comunicado do ministério das Finanças.
Corpo do artigo
O ainda secretário de Estado do Tesouro, que tomou posse a 2 de julho, apresentou a demissão por considerar que já não tem condições para continuar no cargo em virtude do «tratamento mediático» de que foi alvo nos últimos dias, salientando que declarações que fez de «boa fé» foram «exploradas» e «distorcidas».
«As notícias vindas a público nos últimos dias, em que uma apresentação com mais de oito anos foi falseada para que incluísse o meu nome, revelam um nível de atuação política que considero intolerável. A minha disponibilidade para servir o país sempre foi total. Não tenho, no entanto, grande tolerância para a baixeza que foi evidenciada», salienta Joaquim Pais Jorge em comunicado.
O ministério das Finanças já tinha alegado hoje que o documento em causa - que tem sido noticiado pela comunicação social com propostas de contratos 'swap' do Citigroup ao Governo de José Sócrates em 2005, e onde consta o nome de Joaquim Pais Jorge, foi manipulado.
O secretário de Estado demissionário afirma ainda que tomou esta «difícil decisão», porque não pode permitir que «controvérsias» criadas pelo seu percurso profissional, que diz não ter escondido, «possam ser usadas como arma de arremesso político contra o Governo».
Pais Jorge sublinha também que o mais importante é resolver os «problemas muito sérios associados à emergência económica e financeira» com que o país se confronta.
«Não posso permitir que o debate público se afaste dos problemas centrais e daquilo que é essencial para a vida de todos nós. Saio sem qualquer arrependimento e de consciência limpa. Nenhuma manobra de baixa política poderia mudar a minha disposição de serviço à causa pública, nem de dedicação a Portugal», remata.
Esta é a primeira baixa do Governo PSD-CDS/PP depois da recente remodelação do Executivo de Passos Coelho.