Autarca de Gondomar espera que as obras arranquem em 2025 e a nova linha esteja pronta em 2027. Na freguesia do Muro, na Trofa, a notícia é recebida com ânimo, mas também desconfiança.
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A Metro do Porto vai avançar com a construção de uma segunda linha em Gondomar e com a ligação ISMAI-Trofa assim que seja fechado o planeamento de verbas europeias no quadro do Portugal 2030. Fonte da empresa confirmou à TSF que as duas obras já estão em preparação técnica e que estão reunidas as condições para avançar com o concurso.
Para Gondomar, em especial para o presidente da câmara, está uma "excelente notícia" para um concelho que "há muitos anos" reivindica esta segunda linha, que vai permitir uma ligação ao Souto, no centro do concelho.
Com o projeto em desenvolvimento, "era necessário garantir financiamento" não só para Gondomar, "como [para] a ligação ISMAI-Trofa", verbas essas que estão garantidas e asseguram "que vai tudo correr bem e que nada vai falhar".
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O autarca Marco Martins diz-se "convencido de que ainda nos próximos meses será lançado o concurso para a empreitada", que deve arrancar, espera, "no início de 2025".
"Se tudo correr bem, julgo que em 2027 o metro estará no centro de Gondomar, com a ligação Dragão-Souto a funcionar em pleno", acredita.
A obra avaliada em"180 a 190 milhões de euros" vai permitir construir "uma linha que vai ter de sair do Dragão e, portanto, vai ter ligação comercial direta ao chamado tronco comum da rede do metro do Porto, que não necessitará de transbordo".
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Ao todo, serão "nove estações, numa extensão de 6,7 quilómetros", e a linha servirá a "parte Oriental da Cidade do Porto, a zona do Cerco e Lagarteiro", entrando em Campanhã por Valbom e seguindo para o Souto, "em pleno centro do concelho" de Gondomar.
"Esperança renovada"
A esta nova linha vai juntar-se uma outra, que liga o ISMAI - Instituto Universitário da Maia à Trofa, uma obra que é vista com satisfação na junta de freguesia do Muro, mas também com apreensão.
O Muro perdeu a ligação ferroviária à cidade do Porto e a população reivindica há mais de 20 anos a inclusão no serviço de metro, tendo até já recorrido a boicotes eleitorais para fazer passar a sua mensagem.
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Agora, o presidente da junta, José Fernando Martins, fala de um momento de "esperança renovada", mas não esquece que a freguesia já viveu uma situação em que viu a dotação para a obra assegurada, "mas depois acabaram por acontecer outras prioridades".
"Vamos continuar a acreditar, mas certamente ficamos apenas descansados quando tivermos a obra no terreno", garante o líder da freguesia, que diz esperar que, "pelo tipo de obra e pelo tipo de programa que está a ser avançado", esta se consiga "concretizar".
Quanto aos boicotes eleitorais, promete que voltarão assim que se vir que "aquilo que está a ser discutido e planeado não seja concretizado". Para já, José Fernando Martins não duvida da dimensão das repercussões da obra, até porque vai permitir abrir uma porta para outros concelhos.
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"A vinda até ao Muro e depois a ligação para a estação rodoferroviária da Trofa vai permitir fazer ligação para a linha de Guimarães e para estender-se também para Braga", possibilitando que "muitos estudantes possam deslocar-se de terras, digamos, limítrofes".
A nova linha deve também "aliviar um pouco a pressão que existe na habitação, mais no centro do Porto", ajudando "centenas de milhares de pessoas que agora estão a criar alternativa de transporte, mas depois vão regressar àquilo que era a antiga linha do comboio, que era usada por muita gente".