A portaria que autoriza o envio de militares portugueses para o Mali, no âmbito de uma missão das Nações Unidas, foi hoje publicada em Diário da República, estando a partida do segundo grupo agendada para março.
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O primeiro contingente de 47 militares portugueses que vão integrar a missão das Nações Unidas no Mali partiu a 12 de janeiro para Bamako, onde irá a apoiar a população no processo de consolidação política.
Na altura, o porta-voz do Estado Maior General das Forças Armadas, Rui Ramos Silva, explicou à Lusa que dos 47 militares, 41 são da Força Aérea e seis do Exército, estes últimos paraquedistas 'largadores' e que têm como objetivo colocar víveres e água nos locais onde os aviões não conseguem aterrar nem as viaturas têm condições de chegar.
O contingente foi acompanhado de uma aeronave C-295 e tem como objetivo apoiar a população em questões relacionadas com o transporte de cargas, com o reabastecimento de víveres, e apoio sanitário, referiu a mesma fonte.
Os militares partiram da Base Aérea do Montijo e integram a operação "MINUSMA", a missão «multidimensional» e «integrada» das Nações Unidas naquele país norte-africano.
Em março deverá ser enviada outra aeronave de transporte C-130, tripulação e pessoal de apoio à atividade aérea, num total de 47 militares, por um período de dois meses.
A missão irá ainda integrar dois militares no Estado-Maior da Força, por um período mínimo de seis meses, com início em fevereiro de 2015.
As forças destacadas ficam na dependência direta do Chefe de Estado-Maior-General da Forças Armadas.
A portaria agora publicada em Diário da República estabelece ainda que os encargos decorrentes da participação na operação militar são suportados pela «dotação orçamental inscrita para as Forças Nacionais Destacadas de 2015».
O Mali foi palco de um golpe de Estado em 2012, quando um grupo de militares se revoltou contra 23 anos de ditadura e ocupou vários quartéis, o palácio presidencial e a televisão pública, formando um Comité para a Restauração da Democracia e do Estado.
O então presidente, Amadou Toumani Touré, renunciou ao cargo, mas a revolta manteve-se, alastrando aos oficiais de baixa patente e à etnia tuaregue do Norte do país.
O golpe foi condenado internacionalmente e o Comité Nacional para Restauração da Democracia e do Estado anunciou que iria marcar eleições, mas não iria concorrer.