O líder do PS desafiou Passos Coelho a refletir na recusa que manifestou há um ano relativamente à perspetiva da austeridade incidir sempre no aumento de impostos e corte de rendimentos.
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À entrada para uma reunião com a União Distrital das IPSS do Porto, a última visita do dia dedicado ao Distrito do Porto, António José Seguro citou aos jornalistas uma frase proferida por Pedro Passos Coelho há um ano.
«'A austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimentos'. Foi isso que disse o dr. Pedro Passos Coelho há cerca de um ano e no início do congresso do PSD eu espero que ele reflita bem sobre esta frase que pronunciou há um ano, antes de ser primeiro-ministro», desafiou.
O secretário-geral do PS, que durante o dia de hoje visitou três empresas no distrito, disse que «muitas das vezes as pessoas confundem oposição com estar sempre contra».
«Eu não entendo assim a forma de fazer política e num momento difícil do nosso país eu vim visitar empresas que, neste caso concreto, são empresas que estão bem, que geram riqueza, que geram postos de trabalho, querem continuar a investir», explicou.
Seguro acrescentou ainda que «a única coisa que pedem é que o Governo não lhes dificulte a vida».
«Eu já tive oportunidade de identificar quatro limitações: atrasos na devolução do IVA, o crédito que está pouco acessível às empresas e é necessário haver essa liquidez, a necessidade dos fundos comunitários serem aplicados e serem concretizados e os elevados custos de energia que dificultam a competitividade», enumerou.
O socialista acrescentou ainda «uma quinta limitação que tem a ver com o funcionamento da justiça».
«Alguns dos empresários com que conversei hoje manifestaram preocupação porque têm clientes que não lhe pagam a tempo e horas. A justiça funciona lentamente e era necessário que fosse mais rápida a poder agir. Mas o Estado também tem uma responsabilidade que é muitas das vezes quando é clientes dessas empresas ser ele próprio a dar o exemplo ou como vos disse a não reter verbas que são das empresas, como é neste caso a devolução do IVA», disse.