O secretário-geral do PS quer que o primeiro-ministro saia do gabinete em vez de ficar à espera que o futuro da Europa seja decidido por Angela Merkel e por Nicolas Sarkozy.
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Na sessão de abertura da convenção autárquica dos socialistas de Vila Nova de Gaia, António José Seguro declarou que se estivesse à frente do Governo, não ficava à espera que outros decidissem.
«Se eu hoje fosse primeiro-ministro, a uma semana do Conselho Europeu, não estava sentado descansadamente no meu gabinete em São Bento à espera que a senhora Merkel e o senhor Sarkozy decidam e digam qual deve ser estratégia do Governo português, como a estratégia de todos os outros governos na União Europeia», contestou.
«Não, tinha tomado a inciativa, tinha falado com outros líderes de governo, com outros chefes de Estado, com o objectivo de lutar e de demonstrar que a Europa é constituida por 27 Estados membros, não por dois Estados-membros que dão ordens para todos os outros», sublinhou Seguro.
Consciente de que o próximo Conselho Europeu pode ser decisivo e de que a próxima semana vai ser intensa no que diz respeito às questões europeias, António José Seguro deseja que as receitas encontradas não sejam de mais austeridade, tal como Pedro Passos Coelho já pré-anunciou numa entrevista recente.
Sarkozy já veio falar da necessidade de "refundar" a Europa e restaurar a sua credibilidade e confiança, enquanto que numa intervenção no Parlamento, a chanceler alemã Angela Merkel disse, a posteriori, que a Europa está prestes a criar um união orçamental.