Seguro "inquieto e perturbado" com suspeições que minam "credibilidade das instituições"
O antigo líder do PS entende que estas eleições internas no PS têm uma "responsabilidade e uma importância" acrescida, já que é escolhido "simultaneamente o candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições".
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O antigo líder do PS António José Seguro confessou esta sexta-feira estar "inquieto" e "perturbado" perante a situação do país, lamentando todas as "suspeições" que estão a minar a "credibilidade das instituições".
Em dia de eleições internas no PS, o antigo secretário-geral dos socialistas exerceu o seu direito de voto na Guarda, onde está inscrito, e comentou, em declarações aos jornalistas, a atualidade política.
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"Não escondo que me inquieta muito e me deixa muito perturbado, quando olho para o país, a situação social e, sobretudo, esta erosão da credibilidade das instituições. As instituições têm de estar acima de qualquer suspeição e, nos últimos meses, as coisas não têm corrido nesse sentido", apontou.
António José Seguro apela por isso àqueles que lideram, "a começar pelo Presidente da República", para darem exemplos de confiança aos portugueses.
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"Vivo muito preocupado com esta falta de confiança nas instituições e quem lidera essas instituições, a começar na Presidência da República, deve dar exemplos de confiança para que os portugueses reforcem a sua credibilidade nessas mesmas instituições", defendeu.
António José Seguro lamenta ainda que nos 50 anos do 25 de Abril a vida dos portugueses não esteja como devia estar - "em boas condições" -, embora "muito" tenha sido feito.
O antigo líder do PS entende que estas eleições internas no PS têm uma "responsabilidade e uma importância" acrescida, porque além de estar a ser escolhido o próximo secretário-geral do partido, está também a ser escolhido o candidato a primeiro-ministro.
"Bem, eu venho votar nesta altura, porque estas eleições têm um acrescento em termos de responsabilidade e de importância, porque escolhemos simultaneamente o candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições. Portanto, eu não podia ficar em casa. Tinha de vir dar o meu contributo e aqui estou, fazendo estes quilómetros, visitando a bela cidade da Guarda, reencontrando amigos, para dar o meu contributo ao Partido Socialista e, através do Partido Socialista, a Portugal. Os partidos só têm sentido se servirem o país, se servirem as pessoas, se servirem os portugueses", remata.
Cerca de 60 mil militantes socialistas escolhem, entre esta sexta-feira e sábado, o sucessor de António Costa como secretário-geral do PS, cargo ao qual se candidataram José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião.
O processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro, em 7 de novembro, após ser tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, no âmbito da Operação Influencer.
Além do novo líder do partido, os socialistas vão eleger 1400 delegados (aos quais se juntam 1100 delegados por inerência) ao Congresso Nacional, que se reunirá entre 5 e 7 de janeiro, na Feira Internacional de Lisboa.