O secretário-geral do PS considerou hoje que o Orçamento Retificativo para 2013, que será discutido na sexta-feira, já precisa de ser novamente de ser retificado.
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António José Seguro falava aos jornalistas após ter estado reunido com a direção do Bloco de Esquerda e depois de interrogado pelos jornalistas sobre os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
O INE reviu hoje em baixa o crescimento económico nos primeiros três meses do ano, e estima agora uma queda de 4 por cento face ao primeiro trimestre de 2012 e de 0,4 por cento comparando com os últimos três meses do ano.
Perante estes dados, o secretário-geral do PS considerou se confirma uma vez mais «o quanto está errada a política do Governo».
«Este Governo tem andado a semear ventos e agora o país está a colher tempestades. Nos primeiros três meses, a política do Governo destruiu mais de cem mil postos de trabalho com as consequências que isso tem dos pontos de vista económico e social», apontou.
Ainda de acordo com o líder do PS, os dados do INE são reveladores que «o Orçamento Retificativo, que só na sexta-feira será discutido, já precisa de outro Orçamento Retificativo mais adequado à realidade do país».
«Estamos perante uma situação de urgência, que obriga a que se mude rapidamente de política», disse.
Já sobre o relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), indicando que as previsões da proposta do Governo de Orçamento Retificativo para 2013 são excessivamente otimistas, Seguro concordou com essa análise.
«O país não tem tido um Orçamento e o Retificativo, no próprio dia em que foi entregue na Assembleia da República, o primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] reconheceu que se calhar era necessário um segundo Orçamento Retificativo. Ora, isto não é maneira de governar o país», acrescentou.
Sobre a reunião com o Bloco, o secretário-geral do PS sustentou hoje que há «elementos de aproximação» com o BE em matérias sociais e europeias, frisando que a permanência de Portugal na zona euro é questão «vital» para os socialistas.
«Não escondo que na reunião com o Bloco de Esquerda se registaram vários elementos de aproximação sobre o início de um caminho. Em respeito pelas posições de cada um e pelas divergências, há um espaço em que é possível encontrar formas de diálogo, designadamente em matérias sociais mas também europeias», afirmou o secretário-geral do PS, numa declaração que indiciou maior consenso em relação ao Bloco de Esquerda do que as que proferiu após as reuniões que manteve na terça-feira com as direções do PCP e do CDS-PP.
Na reunião com o Bloco de Esquerda, além de Seguro, o PS esteve representado pelos dirigentes Miguel Laranjeiro, Álvaro Beleza, António Braga e Maria Antunes.
A direção do Bloco de Esquerda fez-se representar pelos seus coordenadores, João Semedo e Catarina Martins, e pelos dirigentes José Gusmão e Joana Mortágua.