O secretário-geral do PS apresentou na Comissão Política Nacional socialista uma proposta de moção de censura ao Governo, uma vez que o «Governo falhou em todos os objectivos».
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António José Seguro confirmou, esta quinta-feira, o cenário que muitos socialistas antecipavam, ao afirmar que «basta de sacrifícios» e que «o país está num labirinto sem esperança» e a viver uma «tragédia social»
O secretário-geral do PS revelou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, logo no início da reunião da comissão política nacional, no Largo do Rato.
Para Seguro, «o Governo falhou em todos os objectivos» e «o país assim não vai lá», tendo o líder socialista retomado a ideia de que o Portugal vive uma situação de pré-ruptura social.
Seguro apontou ainda armas ao ministro das Finanças, considerando que este selou o falhanço do Governo na terça-feira, quando anunciou as conclusões da sétima avaliação da troika.
O líder socialista afirmou que Vítor Gaspar acabou por «piorar perspectivas mais negativas, oferecendo a uma geração inteira um futuro negro».
Na opinião do secretário-geral socialista, esta moção servirá para que o partido apresente ao país uma saída do impasse e do bloqueio criado pelo Governo.
Sublinhando que a responsabilidade do PS é diferente da do PCP e do Bloco de Esquerda, Seguro explicou que este passo em frente é um ponto de chegada porque marca o fim deste Governo e é um ponto de partida porque marca o arranque da alternativa para sair da crise.
O líder socialista voltou a defender a renegociação das condições de financiamento do resgate português e reafirmou que é preciso redireccionar o memorando com a troika, para que seja garantido o crescimento e o emprego.
Ao que a TSF sabe, a moção de censura será formalizada assim que possível na Assembleia da República, sendo que o debate poderá ser agendado já na próxima conferência de líderes, marcada para quarta-feira.