O líder do PS deixou claro, no discurso de encerramento da Universidade de Verão, que não vai dar aval sob pressão a um orçamento que imponha mais sacrifícios aos portugueses.
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«Não ignoro a situação difícil do país, tal como não ignoro os dados da derrapagem orçamental, do aumento do desemprego e da queda da economia», disse, ao discursar na sessão de encerramento da Universidade de Verão do PS, em Évora.
O líder socialista sublinhou que, desde «há duas semanas», se ficou a saber «que o Governo falhou a meta do défice para este ano».
«Tal como já tinha falhado as suas metas para o desemprego e para a economia», sublinhou.
Ao nível do desemprego, exemplificou Seguro, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse que, este ano, a taxa «ficaria em 13,4 por cento».
«Infelizmente, o desemprego atingiu um número recorde e vai ficar acima dos 15,5 por cento. O Governo falhou», disse.
António José Seguro exemplificou ainda que o primeiro-ministro «disse que a economia cairia menos 2,8 por cento», mas, «infelizmente, a economia vai cair três ou mais por cento», pelo que, «o Governo falhou».
«Para este ano, o primeiro-ministro garantiu que o défice ficaria em 4,5 por cento. Infelizmente, o défice vai ser superior a cinco por cento, tendo atingido no primeiro semestre 6,9 por cento, segundo a UTAO. O Governo falhou».
O executivo de coligação PSD/CDS, apesar da maioria, «não acertou uma» e, por isso, «falhou em toda a linha».
Na sua intervenção, o líder socialista disse também que o partido não está amarrado a consensos com o Governo, nomeadamente em materia de privatizações.