O secretário-geral do PS ouviu as palavras do primeiro-ministro e pede uma clarificação, avisando que o PS «não está disponível para colaborar no desmantelamento do Estado Social».
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«O primeiro-ministro falhou, meteu-se numa camisa de sete varas», disse o líder socialista, que repetiu a expressão por duas vezes e acrescentou que não poderia responder ao repto de Pedro Passos Coelho para que o PS participasse na refundação do memorando porque o primeiro-ministro não soube explicar o que queria.
«Quer dizer o quê com a refundação do programa de ajustamento? Atualização, nós sabemos. É que o primeiro-ministro já fez cinco atualizações do memorando, da sua exclusiva responsabilidade, e não aproveitou essas atualizações para melhorar o nosso programa de ajustamento», afirmou António José Seguro.
Para o secretário-geral do PS, a refundação «é uma singularidade no léxico político português e é uma novidade que o primeiro-ministro hoje deixou no seu discurso».
«Nós, socialistas, não nos podemos pronunciar sobre algo que o primeiro-ministro não foi capaz de explicar aos portugueses e que nós pretendemos que ele explique com clareza», acrescentou.
O líder do PS, que falava a centenas de militantes num jantar que decorreu no complexo municipal de desportos de Almada, garantiu, no entanto, que não fará qualquer acordo «nas costas dos portugueses» e que não está disponível para colaborar no «desmantelamento do Estado Social».
«O PS não está disponível para nenhuma revisão constitucional que ponha em causa as funções sociais do Estado, que são instrumentos para o combate às desigualdades sociais, para a coesão social e para a solidariedade entre gerações», concluiu.