Para assinalar o Dia Mundial da Rádio, a Associação Rumo à Vida, que apoia crianças e adultos com deficiência mental, desafiou os alunos a dizerem qual a importância da rádio nas suas vidas.
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O desafio foi lançado nas aulas de terapia da fala: explicar, numa frase, qual a importância da rádio no dia-a-dia."Eu gosto da rádio, porque é a minha companhia", "às vezes ouço rádio no quarto dos meus pais"; "a rádio alegra-me todo o dia".
O Joel, a Palmira e o António Jorge são alunos da Associação Rumo à Vida, que apoia crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual. Para assinalar o Dia Mundial da Rádio, decidiram criar cartazes onde desenharam elementos que associam à rádio.
A iniciativa partiu de Mónica Rodrigues, terapeuta da fala. "O Dia Mundial da Rádio faz parte do plano anual de atividades e pretendíamos que os jovens conhecessem esta forma de comunicação social como meio de cultura, informação e lazer", conta. "Fizemos um cartaz em que todos dizem o pensam sobre a rádio e ilustraram nas salas de aula e escrevemos um e-mail coletivo para enviar para as rádios como forma de agradecimento por a rádio estar sempre presente na nossa associação. Desde o transporte dos alunos até às salas de aula, de terapia, ateliês... estamos sempre acompanhados pela rádio. É engraçado porque muitos deles nas frases que escreveram referiam a companhia, uma aluna disse que com a rádio nunca está sozinha... Está sempre presente na associação."
Os trabalhos chegaram à TSF acompanhados por uma carta onde se lê: "Sem a rádio, os nossos dias são incompletos".
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O Joel, que tem 18 anos, confirma. "Ouço na rua, no carro e em casa, em todo o lado. Vivo sem rádio, mas é a minha companhia de ir aos sítios e quando vou embora."
O António Jorge, de 15 anos, conta que a rádio o acalma. "Eu já disse à minha família que não consigo viver sem música. Sem música não consigo estar concentrado, acalma-me."
A Palmira, de 33 anos, diz que ouvir rádio ajuda a concentrar-se. "Quando faço trabalho, ouço música e canto, mas estou concentrada no trabalho."
A terapeuta da fala Mónica Rodrigues explica que ouvir rádio funciona como uma ferramenta de trabalho. "Eles cantam, por exemplo, quando estão na lavandaria - estão a executar as atividades, mas estão a ouvir a música e atentos às notícias. Às vezes, serve para depois partilharmos nas sessões o que se passa no mundo, porque eles estão atentos. Muitas vezes são eles que trazem os temas para as sessões, dizem que ouviram o futebol ou do coronavírus... são eles próprios que trazem essas preocupações para as salas de aula."
A Associação Rumo à Vida, em Matosinhos, tem duas valências: educação especial e centro de atividades ocupacionais. Atualmente conta com cerca de 30 alunos.
O José é aluno da Rumo à Vida e é ouvinte da Rádio TSF. "É uma rádio que dá muitas notícias importantes e há pessoas que falam muito bem. Gosto de ouvir a TSF."
A Sara, que se preparava para pintar a lápis de cor o desenho de um gravador, aproveitou para fazer rádio e falar ao ouvido de quem mais gosta: "Mãe, eu amo-te muito, Mãe!"