O aviso vem do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia. Um sublinhado deixado claro no comunicado após a segunda missão de monitorização do fim do resgate a Portugal.
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Por várias vezes, ao longo do comunicado de duas páginas, ambas as instituições insistem na necessidade do governo continuar a implementar reformas e reduzir desequilíbrios orçamentais.
A Comissão e o BCE consideram que a melhoria do crescimento económico e as condições de crédito mais favoráveis colocam a meta do défice nominal mais próxima de ser alcançável. Mas, no ajustamento do défice estrutural em 2015 e nos anos seguintes ficará provavelmente aquém das exigências do Pacto de Estabilidade e Crescimento, o que para as instituições credoras reflete um enfraquecimento do esforço de consolidação.
Nesta nota divulgada em Bruxelas, as duas instituições desafiam o governo português a utilizar as poupanças que resultam da descida do pagamento de juros, plenamente para reduzir o défice e a dívida.
O rácio da dívida pública, que ascendia a 130% do PIB, no final do ano passado, deverá ter atingido o nível máximo e encontrar-se numa trajetória descendente a partir deste ano.
O comunicado refere que a recuperação da economia continua a ser travada pelos desequilíbrios macroeconómicos que ainda subsistem.
As instituições consideram que a atividade económica deverá continuar a fortalecer-se, mas limitada pelos elevados níveis de endividamento dos setores público e privado e pela ainda elevada taxa de desemprego.
A Comissão e o BCE lamentam que ritmo de implementação das reformas estruturais continue moderado, alertando ainda para a necessidade de uma avaliação cuidada do impacto das medidas recentemente adotadas em matéria de salário mínimo e de convenções coletivas.