Não há autocarros nem motoristas. Metro de Lisboa sem alternativas para contrariar efeitos das obras
A empresa afirma que "em janeiro já não havia sequer autocarros para a Jornada Mundial da Juventude".
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O presidente do conselho de administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues, justificou esta quarta-feira, em declarações à TSF, o atraso nas obras de expansão e modernização do metro com a impossibilidade de arranjar "operadores rodoviários" para substituir as carruagens suprimidas.
"Não havia mais operadores rodoviários. Nós inclusive fomos até ao Porto, tentámos arranjar uma operadora do Porto que chegou a ter autocarros disponíveis para nós conseguirmos manter uma linha independente do metropolitano, entre o Campo Grande e a Cidade Universitária, mas o operador, depois de muitas negociações connosco, chegou à conclusão que tinha autocarros, mas não tinha motoristas", disse.
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Vítor Domingues acrescentou, ainda, que não há privados na Carris e que não foi à procura em Espanha, porque, segundo a empresa Barraqueiro, "em janeiro já não havia sequer autocarros para a Jornada Mundial da Juventude".
Para esclarecer a falta de autocarros no impacto da vinda do Papa a Portugal, a TSF tentou contactar a Barraqueiro, mas não foi possível até esta altura obter qualquer esclarecimento.
No entanto, em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP) Cabeço Martins, afirmou que estas são ainda consequências da pandemia.
"Os autocarros de turismo estiveram completamente parados durante mais de dois anos e isso levou a que as empresas não investissem em novos autocarros, como era habitual. E o que se passa neste momento é que os autocarros não são suficientes para cobrir toda a procura", explicou.
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O presidente da ANTROP apontou vários problemas no setor e, apesar de não se comprometer, considerou que pode haver "aqui um problema".
"Tudo isto vai faltar ou não? Não lhe posso antecipar (...). Sei que os recursos disponíveis estão todos afetos àquilo que são as necessidades da Jornada", afirmou.
Para tentar contrariar os efeitos das obras na linha verde e amarela do Metropolitano de Lisboa, será reforçado a partir de 20 de junho o número de carruagens dos dois troços, informou esta quarta-feira a empresa.
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