
O PS de António Costa lidera as últimas sondagem apara as eleições legislativas
EPA
PS leva mais de 10 pontos de avanço em relação ao PSD, nas últimas sondagens para as eleições legislativas de outubro. E mesmo que o PS perca, grande parte dos eleitores quer os socialistas numa coligação com o PSD.
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A última sondagem para as eleições legislativas disputadas a 6 de outubro atribui a vitória ao PS com 39% dos votos, mais 11 pontos percentuais do que o PSD, que recebe 28% das intenções de voto.
De acordo com a sondagem realizada pela Universidade Católica para o Público e a RTP (para a qual foram inquiridos 1882 eleitores, apresentando uma margem de erro de 2,3%, com um nível de confiança de 95%), o Bloco de Esquerda surge em terceiro lugar (com 9% dos votos), a CDU (PCP-PEV) aparece como a quarta força mais votada (com 8%) e o CDS-PP fica na quinta posição (com 8% dos votos).
Seguem-se o PAN (com 3% dos votos), e o Aliança (com 1%). Os restantes partidos, assim como os votos em branco e nulos, somam, ao todo, 5%.
A sondagem regista ainda uma abstenção na ordem dos 44,1%.
Comparativamente com as restantes sondagens reveladas desde o início do ano, é notória uma tendência de subida do PS - em março, a sondagem da Aximage para o Correio da Manhã e Jornal de Negócios atribuía apenas 34,6% dos votos ao PS e 27,3% ao PSD (uma diferença de apenas 7,3 pontos percentuais). Agora, a sondagem feita pela Católica dá uma diferença de 11 pontos percentuais entre os dois partidos mais votados.
Em relação às últimas legislativas, todos descem menos o PS e o PAN
Comparando os dados desta última sondagem com os resultados das últimas eleições legislativas, em 2015, a maioria dos partidos desce nos resultados.
Se somarmos as intenções de voto de PSD e CDS (que, em 2015, concorrem juntos, através da coligação PàF, obtendo 36,8%), verificamos agora que são a escolha de apenas 35% dos eleitores - mas note-se que não se antevê uma nova coligação entre os dois partidos nestas legislativas.
O Bloco de Esquerda (que, em 2015, teve 10,2%) desce 1,2 pontos percentuais e a CDU (que teve 8,3%) desce 0,3 pontos percentuais.
No sentido inverso, com uma subida das intenções de voto, está o PAN, que ganha mais 1,6 pontos percentuais (comparativamente com os 1,4% obtidos em 2015).
Mas o grande campeão da subidas é, sem dúvida, o PS, que cresce 6,6 pontos percentuais.
Portugueses querem PS no Governo, mesmo se perder eleições
Os inquiridos foram questionados sobre a formação de eventuais coligações entre partidos perante dois cenários possíveis: se for o PS a vencer as legislativas ou se for o PSD.
No caso de uma vitória socialista, 27% dos eleitores são a favor de uma nova geringonça - um Governo PS aliado a um/dois partidos à esquerda.
Há ainda 16% que consideram que o PS deveria, antes, optar por juntar-se a um/dois partidos à direita e outros 16% que acreditam que seria melhor se os socialistas governassem sozinho.
Há, por último, 13% que, mesmo em caso de vitória socialista, consideram que seria melhor um Governo sem o PS. Os restantes inquiridos não sabem/não respondem.
Mas a grande surpresa acontece se for o PSD a ganhar. É que 21% dos eleitores defende que o PSD deve aliar-se à esquerda, no caso de vencer. E, logo a seguir, vêm os eleitores (19%) que consideram que, mesmo em caso de vitória do PSD, este não deve fazer parte do próximo Governo.
Só depois surgem aqueles que defendem um Governo exclusivamente de direita: 17% querem o PSD numa coligação com partidos à direita e 14% preferem um Governo constituído só pelo PSD. Os restantes não sabem/não respondem.
CDU "invisível" para os jovens, e BE para os idosos
Em relação ao escalão etário, são os mais jovens (18-24 anos) quem mais decide abster-se (13%). Já a faixa etária dos 35-44 anos aquela onde há menos abstenção, com 65% dos inquiridos a garantir que irão até às urnas.
As opções de voto são bastante condicionadas pela faixa etária dos eleitores.
O PS é o partidos no qual o eleitorado mais velho confia mais: 36% dos eleitores com mais de 65 anos votam nos socialistas. Mas é a CDU quem mais se mostra dependente dos eleitores mais velhos, sendo estas faixas etárias aquelas de onde recebe a maioria dos votos: 6% tanto nos eleitores com 55-64 anos como nos eleitores com mais de 65 anos. Já na faixa dos 18-24 anos a percentagem de votantes da CDU não chega a 1%.
Pelo contrário, o Bloco de Esquerda encontra os seus maiores apoiantes no eleitorado jovem. Obtém 11% dos votos entre os eleitores com 18-24 anos e 10% nos eleitores com 25-34 anos, contrapondo com apenas 2% nos eleitores com mais de 65 anos.
O PSD não apresenta grandes variações entre as diferentes faixas etárias, mas acaba por revelar-se a força mais votada pelos jovens dos 18-24 anos (19%). Também o PAN não revela grandes desvios, recebendo, apesar de tudo, o maior número de votos dos eleitores com 25-34 anos.
O CDS-PP parece mesmo ser o partido com menos variações entre todas as faixas etárias, ainda assim, é preterido pelos jovens dos 18-24 anos (de quem recebe apenas 1% dos votos).
Homens cheios de certezas, mulheres mais indecisas
A sondagem prevê uma abstenção de 44,1%, com 11% dos inquiridos sexos masculino a garantir que não irão votar (contra 9% do sexo masculino. Os homens são, no entanto, também aqueles com mais certezas de que irão, de facto, apresentar-se nas urnas - 62% asseguram que irão votar, contra 55% das mulheres.
As mulheres revelam-se mais indecisas, sendo que 11% (contra 7% dos homens) não sabe ainda se irá votar.
Quanto àqueles que já sabem que vão às urnas e em quem vão depositar o seu voto, há uma preponderância da votação do sexo masculino em todos os partidos - com duas exceções. No Bloco de Esquerda, os votos estão igualmente repartidos por ambos os sexos e o PAN é a única força política que recebe mais votos de mulheres do que homens.