Micro e pequenas empresas são as mais ameaçadas. 80% das empresas portuguesas revela quebras de faturação por causa da Covid-19.
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Quase metade das empresas portuguesas (48%) afirma não ter condições para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez.
A conclusão é do Instituto Nacional de Estatística (INE) na segunda edição do inquérito semanal sobre o impacto da Covid-19 na economia.
As micro e pequenas empresas são as mais ameaçadas, ao lado dos setores do alojamento e restauração.
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O inquérito revela ainda que 60% das empresas já reduziram o pessoal ao serviço por causa da Covid-19, sendo que um quarto referiu mesmo uma redução para menos de metade.
A pandemia encerrou até agora, temporariamente, 16% das empresas nacionais e mais 1% encerraram mesmo de forma definitiva.
No volume de negócios, 80% reportam uma diminuição, sendo que numa grande parte das empresas (39%) a redução foi superior a 50% desse volume de negócios.
As razões mais frequentes para a perda de receita são a ausência de encomendas ou clientes e as restrições impostas pelo estado de emergência.
As microempresas e as empresas dos setores do alojamento e restauração referiram mais frequentemente reduções superiores a 75% quer do volume de negócios quer do pessoal ao serviço.
Não é aliás por acaso que são estas as empresas que mais vezes dizem que sem medidas adicionais de apoio à liquidez não terão condições para continuar abertas por mais de dois meses.
O medo de fechar em dois meses afeta 48% das empresas portuguesas, sendo que, destas, 10% vai mais longe e diz que não deve aguentar mais de um mês sem essas medidas extra. .
Esta segunda edição do inquérito do INE ao estado da economia nesta época de pandemia incluiu uma nova questão que revela em que medida as empresas adaptaram a sua atividade nas últimas semanas, com quase 30% a dizerem que diversificaram ou modificaram a sua produção e 21% a referir a alteração ou reforço dos canais de distribuição.