Para fazer face ao corte de 15% decidido pelo governo, as câmaras municipais preparam-se para penalizar quem não atingir esse objetivo.
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O corte de 15% que câmaras municipais do Algarve serão obrigadas a fazer no consumo de água poderá ir ao bolso dos munícipes. Depois da reunião da Comissão Permanente da Monitorização da Seca onde foi anunciada essa obrigatoriedade para os municípios do Algarve, as 16 autarquias da região estão a pensar aumentar os tarifários, para dissuadir consumos e penalizar quem não cumpre.
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) ressalva que essa decisão ainda está a ser analisada e articulada com todas as câmaras Municipais da região e com a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), mas será "um instrumento comum". "Será escalonado e será para todos", assegura. "Também o [consumo] não doméstico, como o turismo, os restaurantes e as empresas terá esse agravamento", explica. Uma forma, sublinha o autarca, de "induzir à poupança". " Se não pouparem, ao fim de dois meses poupam obrigatoriamente porque as Águas do Algarve vão reduzir o caudal", garante António Miguel Pina.
O aumento será aumentado por escalões e a TSF sabe que se não houver poupança de água, quem estiver no segundo escalão, onde se inserem quase todos os consumidores domésticos, poderá aumentar a fatura em 15%, o terceiro escalão aumenta 30% e o 4º escalão, o dos maiores consumidores, subirá 50%. No entanto, o presidente da AMAL não quer avançar ainda com números certos. Afirma apenas que "será progressivo e será para todos", garante. "A negociação em que estamos a insistir é que no escalão que abrange a maioria da população o agravamento seja nulo, isto é, se uma pessoa poupar o que deve poupar não sente o agravamento", assegura. Ou seja, não terá agravamento na fatura da água no final do mês se poupar os tais 15%. As decisões finais sobre estas medidas deverão estar prontas e ser conhecidas na próxima semana.
No final da reunião da comissão de monitorização da seca que durou quatro horas, o ministro do ambiente garantiu que a fiscalização às 46 medidas decididas será apertada. Duarte Cordeiro afirmou que, para haver água até final do ano no Algarve, o esforço terá de ser coletivo.