Sob o lema "Salários a aumentar para a vida mudar e a igualdade avançar", o programa abrange, ao longo da semana, mais de um milhar de empresas, escolas e outras instituições, onde se realizarão plenários e concentrações à porta, com a participação das trabalhadoras e com os seus testemunhos sobre as desigualdades, discriminações e retrocessos.
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A semana da igualdade, promovida pela CGTP, arranca esta segunda-feira e decorre até sexta-feira, com várias iniciativas no país, entre concentrações, greves, desfiles e manifestações, em especial no dia 08, Dia Internacional da Mulher.
A comissão para a igualdade entre mulheres e homens da CGTP assinala os 10 anos da iniciativa da semana da igualdade, sob o lema "Salários a aumentar para a vida mudar e a igualdade avançar".
Segundo um comunicado da CGTP, ao longo da semana, o programa abrange mais de um milhar de empresas, escolas e outras instituições, onde se realizarão plenários e concentrações à porta, com a participação das trabalhadoras e com os seus testemunhos acerca das desigualdades, discriminações e retrocessos que se vivem nos locais de trabalho, bem como das soluções e propostas para os resolver.
Ouvida pela TSF, Fátima Messias, coordenadora da Comissão para a Igualdade da CGTP, entende que este tipo de campanhas continua a fazer todo sentido, até porque a situação das mulheres em Portugal degradou-se durante o último ano.
"Um estudo recente da CGTP demonstra que a situação das mulheres no trabalho agravou-se desde o ano passado a vários níveis, desde a precariedade, a matéria das desigualdades salariais permanece, a desregulação dos horários", explica.
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Além de diversas atividades previstas pela CGTP, estão também agendadas greves, incluindo uma paralisação numa empresa em que as trabalhadoras são todas mulheres.
"Lutam por melhores salários, por melhores horários, pela evolução e valorização das carreiras profissionais, porque quanto mais pobres e discriminadas forem as mulheres, mais o nosso país está posto em causa", defende.
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Fátima Messias destaca ainda o papel das mulheres na intervenção social. Prova disso é o número de mulheres com papéis de relevo nos sindicatos.
"O sindicalismo no feminino recomenda-se, porque a maior parte dos sindicalizados da CGTP são mulheres e a maioria dos delegados sindicais eleitos nos locais de trabalho também são mulheres, são 62% de mulheres eleitas. As mulheres estão muito interventivas, aliás, se olharmos para profissões que estão em luta - professores, enfermeiros, médicos, trabalhadores do setor da alimentação, hotelaria, comércio, serviços - há algo que as marca: é que nestes setores em luta por melhores salários, carreiras, dignidade e respeito no trabalho, a maioria são mulheres", acrescenta.
A semana arranca esta segunda-feira com a realização de centenas de plenários em todo o país e diversas iniciativas públicas denominadas "A Igualdade está na Rua" em dez regiões (Porto, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Lisboa, Faro, Funchal e Ponta Delgada).
No Porto está prevista para hoje uma concentração de trabalhadoras da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa do Varzim, enquanto em Aveiro se realiza um "roteiro pela igualdade e, na Figueira da Foz (distrito de Coimbra), uma concentração à porta da empresa Cofisa.
Para o Fundão (Castelo Branco) está programada uma ação de rua, com testemunhos, e em Leiria uma tribuna pública, estando ainda previstas concentrações em Santarém e Faro.
Em Lisboa, a CGTP promove uma concentração de uma delegação de enfermeiras "discriminadas pelo exercício da maternidade", junto à Secretaria de Estado da Igualdade e Migrações.
"A situação das mulheres trabalhadoras em Portugal está a deteriorar-se ainda mais do que em relação aos homens trabalhadores, designadamente em relação ao emprego, aos salários, aos horários, às carreiras profissionais e à proteção social", afirma a CGTP.
* Notícia atualizada às 08h45