Semana de quatro dias? "Não é uma resposta de curto prazo", mas discussão "é inevitável"
José Vieira da Silva pede um estudo "sério e consistente", alargado a vários países.
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Numa altura em que o debate sobre o apoio aos pensionistas sobe de tom, o antigo ministro da Segurança Social, José Vieira da Silva, fugiu ao tema, e concentrou-se na discussão da semana de quatro dias de trabalho. Numa intervenção nas jornadas parlamentares do PS, Vieira da Silva assume que "é um tema sensível", mas apelou ao Governo que abra a discussão.
Perante uma plateia com deputados socialistas, que estão reunidos no distrito de Leiria, o antigo governante reconheceu que a solução "não vai ser encontrada no curto prazo" e deve ser alargada a vários países, num estudo "sério e consistente".
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"Não é uma discussão que possa ser feita à escala nacional, tenho dúvidas. Não é uma discussão que possa ser feita de forma ligeira: não pode ser feita no meio de uma crise. E não podemos cometer o mesmo erro dos franceses, que reduziram a jornada semanal de trabalho sem efeito nenhum, foi um custo para a sociedade francesa", exemplificou.
Vieira da Silva sublinha que "há vários temas que têm de ser discutidos" como a redução do tempo de trabalho "quando os pais têm filhos pequenos", mas alertando que "não é uma resposta de curto prazo".
O antigo ministro acrescenta que a redução dos dias de trabalho pode até contribuir para o aumento da natalidade, tendo em conta "os tempos de trabalho e o sobre tempo nas deslocações e nos cuidados à família" que os portugueses têm atualmente.
"Como é que queremos que as famílias tenham filhos? É uma discussão difícil, mas inevitável", conclui.
As propostas do PS para as eleições legislativas, que foram depois apresentadas como "programa do Governo", na Assembleia da República, já previam "um estudo" para a semana de quatro dias de trabalho.
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