A câmara de Paredes de Coura promove mais uma edição da Feira de Troca de Sementes. O objetivo é não deixar que o património se perca.
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A crescente perda de variedades genéticas de muitas sementes é uma ameaça para a humanidade. Consciente disso, a autarquia de Paredes de Coura e a Associação Quinta das Águias, em colaboração com o agrupamento de escolas de Paredes de Coura, organiza este sábado, 17 de fevereiro, mais uma Feira de Troca de Sementes.
Esta é a quarta edição de uma iniciativa que tem como objetivo valorizar as sementes e plantas locais e contribuir para a sua preservação.
O presidente da câmara de Paredes de Coura explica que o objetivo principal é trocar ideias e alertar para a perda de património da região. "Houve uma altura em que fomos vítimas da globalização, da ideia de que o que vinha de fora é que era produtivo e bom. Perdemos muito do nosso património", afirma Vítor Paulo Pereira.
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"O Torga dizia que o universal é o local sem paredes", lembra o autarca, "quanto mais formos nós, mais universais somos. E, por isso, temos de preservar aquilo que de mais peculiar e de mais específico existe em nós".
Uma das espécies que tentam preservar é a batata rambana. Vítor Paulo Pereira acredita que a chave é o conhecimento. "Aqui há tempos um senhor queria plantar relva à frente de casa. Disse-lhe: não faça isso. No mundo rural plantar relva é como fazer uma piscina quando se tem uma casa em frente ao mar. Plante erva-castelhana, um produto do Norte peninsular, que se adapta muito bem e até é mais bonita".
Recuperar o património recolhendo testemunhos e experiências junto das pessoas mais velhas e transmitir esse conhecimento para construir um futuro mais variado - uma missão em Paredes de Coura.
Este sábado, a Feira de Troca de Sementes começa às 14h30, no Museu Regional de Paredes de Coura. Antes, às 9h30, está prevista uma caminhada com o tema "Saber viver com as plantas silvestres e os seus ritmos". Consulte o programa aqui.